23 de abr. de 2020

PONTOS A PONDERAR...


FACT NEWS:
VALEIXO PEDIU DEMISSÃO POR ‘EXAUSTÃO’

Notícia é tudo de bom, mas às vezes dá um trabalho... Notícia, às vezes é tudo de ruim... e também dá um trabalho. E tem ainda aquilo das notícias boas e das notícias... As duas juntas dão um trabalho... Dobrado, minha gente boa.

Então depois que a demissão do diretor-geral da PF teria transformado Sérgio Moro num vale de lágrimas, eis que os porta-vozes de Bolsonaro elucidam o caso revelando que Valeixo “pediu demissão” por que está “num momento de exaustão devido ao ano tenso de 2019”.

E o melhor de tudo: Sérgio Moro vai indicar o seu substituto. Pronto, eis o outro lado da Fake News com feições de Fact News. Notícia de fato e, claro, de direito, posto que emitida pela chamada “fonte oficial” – o gabinete do ministro Sérgio Moro.

Então agora a gente acredita. Tem que acreditar, pô. Vem do Moro, a gente bota fé. De quebra fica-se sabendo então que Maurício Valeixo não fez nada de mal nem de errado; só ficou exausto. Para mim, Valeixo está saindo por que é bom demais no combate à corrupção. Pena, uma lástima, esse seu ‘’momento de exaustão’’.

De requebro, vêm os murmúrios que deixam no ar o nome de Fabiano Bordignon, hoje diretor-geral do Depen – Departamento Penitenciário Nacional, como o preferido de Moro para ocupar a exaustiva cadeira de Valeixo.

Como comprovação de que isso tudo agora é Fact News, vem a informação que Sérgio Moro teria recebido em seu gabinete a visita de Karina Kufa, advogada de Bolsonaro e do general Augusto Heleno, apara-raios do governo, a quem o ministro da Justiça teria dito que ‘’não chegou a pedir demissão’’.

Muito bem, então pelo dito e pelo não-dito, eu confesso que ainda gostaria de saber por que, até aqui, estão estacionados em pleno porto seguro do governo Bolsonaro, os trabalhos hercúleos de Moro: a) Coaf; b) Pacote Anticrime; c) Movimento Nacional Lava-Jato?!? E tem também aquela indicação do Augusto Aras para a PGR... Ah, deixa pra lá. Amanhã é outro dia e estas notícias serão as mesmas. Ou não.

RODAPÉ – Só para não deixar passar em brancas nuvens: o caso do Coaf é aquele nebuloso em que os operadores da Receita Federal foram acusados de ter descoberto que havia maracutaia nas declarações de rendimentos de dois ilustres supremos intocáveis e de suas respectivas caras-metades.

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