FACT NEWS:
VALEIXO PEDIU DEMISSÃO POR ‘EXAUSTÃO’
Notícia é tudo
de bom, mas às vezes dá um trabalho... Notícia, às vezes é tudo de ruim... e
também dá um trabalho. E tem ainda aquilo das notícias boas e das notícias...
As duas juntas dão um trabalho... Dobrado, minha gente boa.
Então
depois que a demissão do diretor-geral da PF teria transformado Sérgio Moro num
vale de lágrimas, eis que os porta-vozes de Bolsonaro elucidam o caso revelando
que Valeixo “pediu demissão” por que está “num momento de exaustão devido ao
ano tenso de 2019”.
E o melhor
de tudo: Sérgio Moro vai indicar o seu substituto. Pronto, eis o outro lado da
Fake News com feições de Fact News. Notícia de fato e, claro, de direito, posto
que emitida pela chamada “fonte oficial” – o gabinete do ministro Sérgio Moro.
Então
agora a gente acredita. Tem que acreditar, pô. Vem do Moro, a gente bota fé. De
quebra fica-se sabendo então que Maurício Valeixo não fez nada de mal nem de
errado; só ficou exausto. Para mim, Valeixo está saindo por que é bom demais no
combate à corrupção. Pena, uma lástima, esse seu ‘’momento de exaustão’’.
De
requebro, vêm os murmúrios que deixam no ar o nome de Fabiano Bordignon, hoje diretor-geral
do Depen – Departamento Penitenciário Nacional, como o preferido de Moro para
ocupar a exaustiva cadeira de Valeixo.
Como
comprovação de que isso tudo agora é Fact News, vem a informação que Sérgio
Moro teria recebido em seu gabinete a visita de Karina Kufa, advogada de
Bolsonaro e do general Augusto Heleno, apara-raios do governo, a quem o
ministro da Justiça teria dito que ‘’não chegou a pedir demissão’’.
Muito bem,
então pelo dito e pelo não-dito, eu confesso que ainda gostaria de saber por
que, até aqui, estão estacionados em pleno porto seguro do governo Bolsonaro,
os trabalhos hercúleos de Moro: a) Coaf; b) Pacote Anticrime; c) Movimento Nacional
Lava-Jato?!? E tem também aquela indicação do Augusto Aras para a PGR... Ah,
deixa pra lá. Amanhã é outro dia e estas notícias serão as mesmas. Ou não.
RODAPÉ – Só
para não deixar passar em brancas nuvens: o caso do Coaf é aquele nebuloso em
que os operadores da Receita Federal foram acusados de ter descoberto que havia
maracutaia nas declarações de rendimentos de dois ilustres supremos intocáveis
e de suas respectivas caras-metades.
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