PONTOS A PONDERAR
Vou abusar de vocês: o texto é longo. Mas eu
precisava me esbaldar; deitar e rolar, sem chutar cachorro morto. Mas eis que,
enfim, Sérgio Moro começa a transformação da Operação Lava-Jato em Movimento
Nacional de combate à corrupção e ao crime organizado.
AGORA VAI!
Quem me segue por
aqui, sabe que boto fé e todas as fichas na federalização da Lava-Jato; na transformação
da Operação em Movimento Nacional de combate à corrupção e aos corruptos.
Penso sempre na
transformação de cada uma das 5.570 cidades brasileiras em uma sede da
Lava-Jato.
Pois, agora...
Alvíssaras! Alvíssaras! Com cabeça fria e pés no chão, Sérgio Moro, dá os
primeiros passos firmes, decididos, sem açodamento, no caminho dessa
metamorfose da Operação em Movimento.
QUEM FOR BRASILEIRO
QUE ME SIGA!
O governo federal
se prepara para lançar um plano de enfrentamento aos crimes violentos em cinco
municípios, idealizado pelo ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro.
O projeto piloto
foi debatido na manhã desta terça-feira entre Moro e os ministros da
Educação, Ricardo Vélez, o da Cidadania, Osmar Terra e Gustavo Canuto, do
Desenvolvimento Regional.
A ideia é colocar o
plano em prática já no início do segundo semestre.
Moro, explica que haverá
uma ação conjunta das forças de segurança pública federais, estaduais e dos
municípios.
O objetivo é a
“redução drástica da criminalidade, envolvendo aí não só ações ostensivas, mas
também ações de investigação para retirar de circulação o criminoso e
especialmente as gangues violentas por um bom tempo”.
LAVA-JATO EM
MOVIMENTO
Logo em seguida,
numa segunda etapa serão realizadas ações sociais, políticas urbanísticas,
políticas na área da cidadania e da educação.
Moro já antecipou que
também serão incluídos no pacote iniciativas nas áreas da “saúde, direitos
humanos e políticas de promoção econômica para redução drástica da
criminalidade nesses locais.
Viu só?!? É disso
que a gente vem falando por aqui. O bom é que vem de forma sistemática,
organizada e paulatina. O bem começa a se espalhar por todo o território
nacional. Começa devagar e sempre.
Para início de
conversa, cinco municípios estão sendo definidos, como uma espécie de
plano-piloto da extensão da Lava-Jato. É o início da capilaridade que estava
faltando para a Lava-Jato.
Moro não quer os
louros para si mesmo. Ele conta que a ideia tem inspiração em uma experiência
europeia, que é um contrato de gestão de segurança local.
E debulha o
assunto: “É colocar a União como responsável também direta para a redução da
criminalidade, sempre em parceira com Estado e município”.
Pronto, é disso que
a gente tem falado aqui. E sabe o que é bom nisso tudo? O pacote anticrime vai
sendo colocado em prática sem nenhuma necessidade do dedo mágico de Maia, o
proprietário da Câmara de Deputados.
Mais que colocar o
pacote em prática, Moro está começando a transformar a Operação em Movimento. E
não precisa de barganhas, nem de toma lá, dá cá.
E olha como a coisa
começa a se dar, segundo o super ministro: “Na prática vai ser feito uma
espécie de contrato entre União, Estado e município, em que as três unidades da
federação vão dar os braços para atuar em conjunto para a redução drástica da
criminalidade nesses municípios que sofrem especialmente com esses elevados índices
de violência”.
CAUTELA E CANJA,
OU: DEVAGAR E SEMPRE
E eis aqui e agora
a prova de que cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém:
“O projeto é
piloto, por isso não é um projeto abrangente, porque nós precisamos aprender
com a experiência e colocar a União mais diretamente responsável em parceria
com Estados e municípios nesse controle da criminalidade urbana”, lavajatou
Sérgio Moro.
O melhor de tudo
para nós, e um tapa sem luva nas bochechas flácidas dos parlamentares
parlapatões é que a iniciativa não se confunde com os projetos de lei anticrime
propostos pelo governo e pelo ministro ao Congresso.
Está sendo aberta,
finalmente, outra frente de ação que o Executivo pode implementar sem depender
do Parlamento. “É diferente, são medidas legislativas que visam a uma mudança geral,
um tratamento mais rigoroso, contra a criminalidade violenta, organizada e o
crime de corrupção. Mas aqui estamos falando de ações concertadas”, explicou
Sérgio Moro sem tripudiar e nem sequer chutar cachorro morto.
MAIS DO QUE CAÇAR
CORRUPTOS...
E por que o MEC e a
Pasta da Cidadania estão no meio disso tudo? Elementar, meus caros Watsons... O
próprio ministro Osmar Terra, da Cidadania, disse que o plano é inédito no País
por aproximar o governo federal para a gestão da segurança.
Para Osmar Terra, o
pacote legislativo é apenas uma parte do que está sendo discutido entre os
ministros. E destrincha o pacote:
“O ministro está
liderando uma coisa inédita. Uma mobilização inédita no País, onde a segurança
sempre foi jogada para as mãos dos municípios e dos Estados”. Terra ainda fez
questão de salientar que o governo federal agora pretende liderar o processo.
O Ministério da
Educação participará também desse projeto. O ministro Vélez Rodríguez elucida a
participação da sua pasta. Ele já adiantou que recursos podem ser
redirecionados do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação para o plano. E
foi didático:
“O fator
educacional é importantíssimo. Não basta repressão. É necessário que haja ação
o social. E dentro da ação social a parte educacional é fundamental para
diminuir os índices de violência”, afirmou. O ministro disse que buscaria
potencializar experiências positivas verificadas na Colômbia e em São Paulo.
MORAL DA HISTÓRIA –
Sérgio Moro dá início, sem a menor necessidade de consultar o Congresso, à transformação
da Operação Lava-Jato, em Movimento Nacional de combate à corrupção e ao crime
organizado pé de chinelo ou de gravata e colarinho branco.