01.
DESIGUALDADE
SOCIAL
Um dos teus
apelidos é “Cargo Público”. Mas podem te chamar de “Comissionado”, ou “Indicado”
que você também atende. Se gritarem “Aspone”, você se faz de surdo.
02.
OS ‘’MÁQUINAS
MORTÍFERAS’’ DA COISA PÚBLICA
SE EXTERMINAM
NOS PRÓPRIOS CARGOS
Há mais
apelidos para essa banda bandalha que toma de assalto a coisa pública e transforma
o Estado num Aparelho de Cabides intermináveis... Chamem as vagas de
estacionamento no serviço público ocupadas pelos aspones pelo codinome de ‘’Cargo
de Natureza Especial’’ que vocês vão ver só como eles estufam o peito e nos
olham de cima para baixo. Esse é um dos tais epítetos, das bocas-ricas dos Aspones.
Pô, afinal
de contas, ‘’Cargo de Natureza Especial’’, o popular CNE - é cargo público que
dispensa concurso, ou prova seletiva pública para se tornar realidade. Triste
realidade. Triste, para nós, porque para eles é uma fausta e nababesca
designação.
Até aqui,
nessa nossa pátria amada Brasil estes cargos estão vinculados a
entidades (*) públicas que têm o direito de contratar funcionários de sua (**)
confiança, podendo os salários variarem de 1.200 reais a mais de 8.000 reais.
Para a Administração Pública Federal, o simpático e corriqueiro CNE
tem remuneração de R$ 16.581,491. E até me deram um exemplo: o Presidente da
Câmara dos Deputados do Congresso Nacional (***) tem o direito a contratar 46
pessoas na forma de CNE, e cada um dos 7 membros (Epa!) da mesa diretora da
Câmara tem direito a 33 cargos, além de 11 cargos para cada um dos 4 suplentes
da mesa, perfazendo uma gandaia total de 321 CNEs.
Se fosse só isso, quase que nem era nada. Mas não é. É quase
tudo. Com os salários vêm as mordomias, os privilégios incalculáveis: os
consagrados preferidos agem em nome do empregador; podem demitir, contratar,
suspender empregados; têm autonomia para falar e tomar decisões em nome do
Aparelho a que pertencem; têm plenos poderes de mando e desmando; jornada de
trabalho flexível.
Eles têm planos de saúde, para eles e seus abrigados; viagens,
diárias, hospedagem, carro próprio, motorista, seguranças para suas
costas-largas e o diabo a quatro.
Tudo isso corre frouxo porque nada é do sujeito dessa oração dos
falsos desvalidos notáveis dessa mais que irônica, sarcástica República.
Tudo é do cargo, só do cargo e nada mais do que do cargo. Quando
esses ‘’máquinas mortíferas’’ do aparelho público levam um pontapé nos
fundilhos o cargo fica e eles voltam à vala comum. Eles se acabam, se dizimam,
se destroem, se exterminam na própria essência do cargo.
Sua importância é o cargo e os seus encargos – pantomima para
aumentar custos e gastos de mensageiros de elite, de luxuosos moleques de
recado, de cabos-eleitorais gaveteiros, de munificentes operadores de desvios
de funções e de desperdício e engavetamento de muita grana.
Mas, ainda assim, muita mordomia, muito privilégio, muita regalia
ficam para todo o sempre, amém. E lixe-se quem não tem.
Com base então nesse exemplo que vem de cima e nos atinge fica
evidente, fica provada e comprovada a importância da gente aqui, da sociedade
aqui debaixo, fiscalizar os critérios de nomeação, a justificativa dos gastos e
o desempenho dos CNEs, já que o que vem acontecendo é que esses ungidos
infelizes com banca de figurões são usados e abusados para atender a interesses
restritos e pessoais de quem os nomeia e da legião privilegiada que abocanha os
lucros e as vantagens, ao invés de suprirem qualquer demanda técnica e
imprescindível da máquina administrativa; da coisa pública. (****)
RODAPÉ NOS FUNDILHOS DELES – (*) Entidades, uma privica!
Entidade pode ser divina; instituições, pô. E olhe lá. – (**) – “Sua’’ deles lá,
porque de ‘’nossa’’ confiança se tiver uns dez deles, será demais pro nosso
bico, surubico que ninguém nos deu tamanho bico. – (***) – Pô, esse cara é uma
fábrica?!? Então bota um macacão e vai trabalhar, vagabundo! – (****) Coisa
pública – é pública! Não é ‘’deles’’. Não deveria ser.
03.
NEM VEM
Nem vem com
essa empáfia e esse olhar de grande coisa, porque você sem o cargo público e
notório que ganhou de mão-beijada, não passa de um reles fura-fila como nós
que, sempre que podemos tiramos a nossa lasquinha.
04.
NEGATIVA
NON SUNT PROBANDA
Quer uma
prova provada de cargo público e notório agasalhado de mão-beijada?!? Apresento-lhe
11 fatos negativos agora mesmo: cada um dos ministros do Supremo Tribunal
Federal. Negativa
non sunt probanda. Não é que não precisem de prova provada, é que cada um
deles, de per si, são a um só tempo a denúncia e a prova insofismável da sua
desigualdade perante a lei. Perante a lei e à sociedade submissa.
05.
OS ASPONES QUE FAÇAM
GREVE
Se Bolsonaro quer mesmo acabar com
as desigualdades, pode começar por extinguir 99% dos cargos comissionados,
antigos ‘’cargos de confiança’’ – sempre atuais lugares de mordomias,
privilégios, gastos e custos inigualáveis no mundo inteiro.
A casa de Bolsonaro vai cair?!? Vai,
não. É só deixar de pagar os salários e as despesas dessa pandilha sem
qualificação, sem concurso, sem nenhum processo seletivo do que senão o dedo
indicador do chefe de plantão; sem saber, sem reputação ilibada, sem respeito
pelo país e pelo seu povo.
Não paguem um tostão e mandem os
aspones deflagrarem greve. É tudo que a gente mais precisa para saber que nada,
nenhuma instituição de qualquer desses três Poderes aparelhados e emparedados vai
deixar de ‘’estar funcionando’’.
06.
INDA QUE MAL PERGUNTE...
Um Aspone de alto escalão sem o
cargo é o que e vale quanto?!?