A CONTRAFALA DE BOLSONARO À SAÍDA DE
SÉRGIO MORO...
Se foi
verdadeira, sincera e pura, ou não – eu não fiquei sabendo e nem sei ainda até
agora se foi sincera e pura; sei, isto sim, que foi a menos ruim e quase que
mais descontraída fala de Bolsonaro desde que subiu a rampa do Palácio do Planalto.
Mas por
favor, não pensem nem de longe que eu gostei ou deixei de gostar. Fiquei mais
foi perplexo – embora fosse mais que justo e lógico esperar o contra-ataque –
que, tudo tenha sido dito tão clara e fluentemente, sem que além de
assemelhar-se a um bate-boca de porta de barracão luxuoso, não tenha o solene momento
para resolver a vaga na direção-geral da PF e para preencher o vazio da cadeira
de ministro da Justiça.
Inda que
mal pergunte: a direção-geral da Polícia Federal e o cargo de ministro da Pasta
da Justiça, não requerem urgência urgentíssima em um governo que emergiu no mar
de lama que lhe foi deixado como herança
maldita?!?
MENOS, BOLSONARO, MENOS...
Bolsonaro
falou de si mesmo e suas circunstâncias familiares quase que o tempo todo. Sei
lá, eu acho que no lugar dele eu faria mesma coisa, mas um pouco menos pessoal
e um pouco mais presidencial.
BIOGRAFIA
Bolsonaro foi
dramático ao mandar um recado a Moro: “Você defende a sua biografia. Eu defendo
a biografia do Brasil”. Pô, mano Bolsonaro... Se um homem não defende a sua própria
biografia não pode nem mesmo ser cogitado por um presidente para ocupar o
comando de qualquer ministério. Principalmente, o Ministério da Justiça e da
Segurança num país de ladravazes.
ENTREMENTES...
O MBL em ‘mexe-mexe’
com as emissoras de TV combinou que haveria um panelaço durante o discurso de
Bolsonaro. O circo foi armado e, como sempre, foi parar nas telas ávidas de
barulho.
Resultado:
um triste espetáculo de alguns, digamos, milhares de batucadores contra uma
platéia de 200 milhões de brasileirinhos que ficaram em silêncio no doce
aconchego dos seus lares ou barracos embaixo das pontes.
Enquanto
Bolsonaro delatava que ninguém na PF o informava sobre a facada de Adélio
Batista, me deu na telha perguntar, só por perguntar: quem é mais maluco,
Adélio que deu a facada, ou Bolsonaro que se defendia da ‘’punhalada’’ Moro?!?
DA FILOSOFIA À COBRANÇA
Bolsonaro
filosofou o que seu talento lhe deu para filosofar: ‘’uma coisa é conhecer alguém
e outra bem diferente é conviver”. E aí, discorreu a mágoa de não ser ouvido por
Moro.
Como troco
à altura, delatou que ao saber que Valeixo seria defenestrado e alguém seria
nomeado em seu lugar, Moro teria cobrado que esse processo de substituição se
desse ‘’em novembro, depois de sua indicação para o STF”.
DEMITIU POR QUE?!?
Enquanto
Bolsonaro falava e falava e não dizia a verdadeira razão, a causa, o erro pela
qual demitiu Maurício Valeixo, eu fiquei meio cabreiro apenas com uma coisinha
de nada: a tal ‘pensão compensatória’ que Moro exigiu como ‘única’ compensação
por deixar de lado 22 anos de magistratura e contribuição previdenciária”.
E então
foi assim que, de repente e não mais que de repente, Bolsonaro encerrou sua
fala de avaliação superficial do seu governo que já demitiu ou perdeu só por
perder oito ministros de Estado.
NÃO DISSE UMA COISA NEM OUTRAS
Bem,
depois de tudo Bolsonaro não disse por que demitiu o diretor-geral da PF, nem
disse quem vai preencher a sua vaga e muito menos disse quem vai ser o novo
Ministério da Justiça... E assim é que a crise virou um resfriadinho de nada. Para o governo Bolsonaro, amanhã é vida que segue...
GRAND FINALE
Alvíssaras!
Alvíssaras! Acredite, se quiser: o PT agora é fã de Sérgio Moro!
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