FORO PRIVILEGIADO, RESORT DE LUXO

DOS MALFEITORES INTOCÁVEIS DA REPÚBLICA

O Foro Privilegiado dos brasileiros de boa índole é agir dentro da lei. Só os grandes transgressores se valem do Foro Privilegiado. Só a alta bandidagem e seus advogados se servem do Foro Privilegiado.

O Foro Privilegiado foi criado há quase 130 anos, já na primeira Constituição Republicana de 1891, com a função de proteger determinados cargos da litigância de má fé e de interesses arbitrários de juízes e pessoas influentes na barra dos tribunais de primeira instância. 

Quer dizer, só por exemplo, quando um ministro qualquer do Supremo é flagrado com a boca larga na botija, domando e domesticando o Leão da Receita Federal, esse meliante contumaz e repulsivo, está sob o manto sagrado do Foro Privilegiado. 

E caiu no Foro, pronto, está condenado com toda a certeza à pena de prescrição perpétua. O Foro Privilegiado é uma ode, um poema, um cântico, um hino em louvor da impunidade. É o Império da Justiça Zarolha.

São descalabros do tipo desse domador do Leão que vêm se multiplicando sistemática e organizadamente nesse país, sem que haja qualquer risco da tal ''litigância de má-fé". 

Pelo contrário, o Foro Privilegiado é o albergue - albergue, não: é o resort de luxo - dos malfeitores intocáveis, daqueles que habitam as ilhas paradisíacas dos espaços de juízes arbitrários e mandarins influentes nessa República Jaburu da Silva. 

O diabo é que assim, de ilha em ilha, o Brasil vai se transformando em um pernicioso arquipélago de procrastinação e impenitência de alta periculosidade.

Se nada mudar nesse novo governo, nessa alta temporada de Bolsonaro, vai parecer até aos mais críticos indignados com o status quo que a República Jaburu da Silva pode se transformar perigosamente na República do Bolso.