19 de mai. de 2020

PONTOS A PONDERAR



PEC – UM INSTRUMENTO DE ABUSO

Qualquer PEC é péssima. Essa pandilha que a gente vem elegendo, quando vamos para as urnas assim como gado que vai para o abate, não nos representa nem tem credibilidade para alterar a Constituição. É o seguinte, a nossa República foi engavetada.

Quando republicanamente se abre para simular democracia numa eleição qualquer, majoritária ou municipal, tira do fundo falso os seus preferidos de gaveta e os coloca para a população eleger. É quando você, conformado, escolhe o que acha “menos ruim”. Somos uma nação de democratas engambelados.

Supremo “rasgou” a Constituição ao interpretar direito à data-baseEntão, começa por aí, a falta de representatividade. Mas, é mantida a roupagem de democracia, vestida pelo voto, a ‘arma do povo’.

E eis que temos, a nos governar prefeitos e vereadores, desde as nossas 5.570 províncias até os 27 paços estaduais atopetados e atapetados de deputados e de patéticos governadores.

E eis que temos a nos governar também os que caprichosamente remetemos pelo nosso induzido arbítrio à Esplanada onde estão residentes e domiciliados muitos mais do que 300 picaretas, muitos deputados e senadores no prédio Nereu Ramos, a Casa do Povo.

E eis que temos a nos mandar e desmandar, escarrapachados no palácio do Supremo Tribufu, os 11 ungidos pelos dedos da pior safra de governantes que uma democratice pode inventar. Por essa Supremacia que nos humilha e desdenha, não temos culpa nenhuma – a não ser a mania de respeitarmos o que digam as leis.

E eis que temos ainda a nos governar, um Presidente da República por vez, que se esbalda entre dois palácios – que um solar apenas é pouco para um protótipo brasileiro de rainha da Inglaterra.

PEC, UM PECADO

Dito isto, preciso é -  e necessário se faz - que a gente entenda que uma PEC – a tal de Proposta de Emenda Constitucional é sempre uma matéria sujeita a tramitação especial na dita cuja Câmara dos Deputados.

E, diga-se também, que PEC é um pecado, uma tentação que deve ser apresentada pelo Presidente da República que a gente teve a ousadia de eleger; ou, então, por um terço, no mínimo, dos membros molengoides e suscetíveis da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

E se assim não for, que ela seja então apresentada por mais da metade das tais assembleias legislativas das chamadas unidades da Federação.

Quer dizer, caímos sempre, inexoravelmente, na arapuca armada pelos representantes que nós mesmos escolhemos como sendo os ‘menos ruins’, porque fomos armados com o nosso voto secreto e universal rumo às urnas, como gado que vai para o abate.

Acho que assim como, mais ou menos elegemos quem já estava entre os escolhidos pelos mandarins partidários, também podemos mais ou menos nos queixar. Mas que eles não nos representam...  Ah! Não representam, não!

Seja qual a for a PEC – boa, ruim ou nem isso nem aquilo – ela não poderia nem deveria ser avaliada por essa pandilha que não nos representa. Pô, PEC é proposta de emenda constitucional! É remelexo na Constituição! Um instrumento de abuso, na certa.

RODAPÉ NOS NOSSOS FUNDILHOS - Já passou da hora de darmos um jeito nisso, mas o diabo é que botamos na cabeça que Deus é brasileiro e por isso somos um povo muito mais revoltado do que revolucionário.

E o pior é que eles são cada vez menos e cada vez mais poderosos; enquanto nós somos que nem o cordão dos puxassacos que ‘cada vez aumenta mais’. É que os espertos se concentram, enquanto os simplórios não se juntam.

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