NÓS, OS BOTOCUDOS, OU: MIXÓRDIA POLÍTICA,
JÁ!
“Não reeleger
ninguém’’ é uma boa. Pena que vamos cair na mesma arapuca de sempre. O voto é
hoje a grande isca usada pela politicalha. Para ‘não reeleger ninguém’ vamos
votar nos ‘novos’. E os ‘novos’ serão aqueles que já foram escolhidos pelos
caciques das tabas partidárias. Vamos bancar os botocudos, como sempre.
Para que não
digam que não falei de flores, vou me meter a propor uma tão lépida e faceira
quanto urgente mixórdia metida a reforma política: eis que me animo a sugerir o
voto distrital.
E o que é
essa coisa?!? Pô, o voto distrital é aquele pelo qual deputados e vereadores são
eleitos pela chamada maioria simples. Assim ó: você vota num candidato e seu voto
vai diretamente para ele. Se ele for o mais votado será eleito, sem depender da
quantidade de votos do partido ou coligação dele lá.
Nesse caso do tal voto distrital, o
estado ou o município é, digamos, “recortado” de acordo com o número de cadeiras
disponíveis. Se há 10 cadeiras para vereadores se acomodarem, a cidade será
dividida em 10 regiões, os distritos.
A idéia é que essa divisão consiga equilibrar
a densidade populacional entre os distritos, para que não haja grande disparidade
de um ‘colégio eleitoral’ para outro. Cada distrito terá o direito de eleger um
representante.
Cada partido poderá designar um
candidato para concorrer em cada distrito. A maior mudança do sistema atual, o
proporcional, para o distrital seria: os eleitores não poderiam mais votar em
quaisquer candidatos, só naqueles concorrendo dentro do seu distrito – ou seja,
de uma região da cidade.
As eleições seriam, praticamente, para
eleger o representante de um bairro. Tá, tá bom, eu sei... mas, ‘curral
eleitoral’ é o raio das intertelas da reberbelas da planfa que lamblanfa!
CRÍTICAS
& PALIATIVO
Tem muita gente que critica o voto distrital. Eu, por exemplo, sou um
dessa ‘muita gente’. É que esse sistema abre as portas para o clientelismo
eleitoral que se dá quando o polipilantra faz sua carreira atendendo apenas e tão
somente a demandas pontuais e de curto prazo.
E isso invariavelmente acontece quando eles dão um ‘chega pra lá’ no
planejamento de longo prazo para as cidades, para a saúde, a educação, a
mobilidade urbana e o desenvolvimento econômico, essas coisinhas bobas que deveriam
ser o papel mais importante da politicalha.
Há outras desvantagens que só não apareceriam
na política brasileira, se o Brasil se chamasse Kubanakan ou coisa parecida, como
queriam e continuam querendo os Lulavírus da Silva.
A grande
vantagem do voto distrital é que o sistema desmantelaria por bom tempo esse
estado democrático de gaveteiros que rouba e deixa roubar. E antes que vocês
caiam de pau à torta e à direita, saibam todos que no fundo, no fundo eu sou um
anarquista, graças a Deus.
RODAPÉ NAS
URNAS – Sim, sim... ‘’Não reeleger ninguém’’ é uma boa! Mas só por enquanto, tempo
em que não nos importamos de bancar os botocudos.
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