Tenho a mania de ser mais ou menos exato nas informações; nem sempre consigo ser conciso nas publicações e faço força para ser 'claro' no negror do noticiário. E é então que descubro in box muita gente intrigada com o meu frequente uso e abuso da designação ''Cartel dos Leguleios''.
Cartel dos Leguleios não é figura de retórica. É mais do que um poder: é o governo invisível. E mais ainda: é o governo que governa a Bastilha, o bastião final da lei e da ordem no nosso país que já é deles. Mas vamos por partes, como sempre fez o Jack Estripador...
CARTEL
Cartel é quando as 'forças-vivas' de uma sociedade distraída se unem para determinar as condições da vida ao seu derredor. É quando essa pandilha se junta em bloco para monopolizar, possuir, açambarcar, adonar-se de tudo quanto lhe der na telha e tudo o mais que lhe faça bem, sem que se lhe importe de derrubar ou de ver a quem.
LEGULEIO
E ''leguleio'' é, desde os tempos do velho português castiço, aquele indivíduo, aquele sujeito que se sujeita servil e até venalmente à lei; é o rábula que se fez bacharel, se faz de advogado, banca o jurisperito e atua muito menos como intercessor e muito mais como opressor de quem tenha o poder supremo de decidir o que é certo ou errado para uma República que se diz democrática, de quase 210 milhões de habitantes.
É sob essa pressão que os luminares da Supremacia Absoluta interpretam a letra fria da norma, sem dar a mínima importância para o espírito da lei.
Daí ''Cartel dos Leguleios". E eia pois, advogados nossos, salve, salve! Consegui ser mais ou menos exato; fiz força para ser claro e, uma vez mais, não logrei ser conciso.
RODAPÉ - O cartel dos Leguleios é esperto. Ele não despende esforços nas instâncias inferiores do sistema judiciário.
Nessas preliminares ele joga o feijão-com-arroz. Faz o suficiente, porém, para nutrir-se pecuniária e legalmente na base da chicana. Age, como diria meu velho pai, o criminalista Juliné da Costa Siqueira, ''usando os grampos dos autos''.
E aqui completo eu: esgotados os espaços nesse grande banquete fartamente servido, o Cartel dos Leguleios vai pelo atalho banquetear-se na mesa dos cardeais de Justiça dos homens dessa terra ''onde, plantando, tudo dá''.
Ou, onde procrastinando, postergando, delongando, o Cartel dos Leguleios consegue dentro dos extremos e respeitabilíssimos limites da lei, condenar a peso de ouro sua seleta clientela à prescrição perpétua. E, claro, o que é muito pior: consegue manter sob seu absoluto e invisível poder, o Sacro Império da Suprema Justiça do País.
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