17 de fev. de 2019

PONTOS A PONDERAR

DE OPERAÇÃO A MOVIMENTO

Boto mais fé no Ministério da Justiça e da Segurança, sob o comando de Sérgio Moro do que nas demais pastas empasteladas, juntas e misturadas desse governo que está começando e que, como nunca antes na história desse país, sofre tanta patrulha das redes convencionais de comunicação, todas à beira de um ataque de nervos pela perda de prestígio e pelo enxugamento dos perdulários e perniciosos planos de mídia publiciatária.
Seu pacote anticrime é o kick off, apenas o pontapé inicial, no combate à corrupção e ao crime organizado que tomou o lugar do Estado brasileiro. 
Vai sofrer ataques de todos os lados, tamanhos e feitios... Os corruptos de todos os calibres infiltrados na máquina pública, nos aparelhos dos três Poderes constituídos, estão em polvorosa. Vão reagir. Já estão reagindo e contra-atacando. 
"As instituições estão funcionando": são corporações, ''acima de qualquer suspeita'' - sindicatos, associações, fundações, organizações, ''ordens'' de profissionais liberais, de prestadores de serviço na advocacia, na medicina, na educação, na saúde, na própria área da debilitada e desacredita segurança pública e notória...
Sérgio Moro e seu superministério, no entanto, contam com o respaldo da Lava-Jato que, espero já com inquieta impaciência, começa a se transformar de Operação em Movimento Nacional. 
No meu jeito de velho e trouxa pagador de impostos, achincalhado pela roubalheira instituída e constituída nesse país, justamente por aqueles que deveriam zelar pela justiça e igualdades sociais, fico pensando que um cara como Sérgio Moro tem do seu lado, mais do que ninguém, a maior rede nacional de simpatia e apoio popular.
Moro é a cara do corpo e da alma da Lava-Jato, a operação que conta com uma estrutura pronta formada por nada menos do que 5.570 municípios que, na sua configuração político-social dispõem dos poderes Executivo, exercido pelo prefeito; e do Legislativo, condensado na Câmara de Vereadores. 
Já o Poder Judiciário está organizado em forma de comarcas que abrangem vários municípios ou parte de um município muito populoso. Sabe-se, pois então, que não há Poder Judiciário específico em cada município.
Vou repetir: existem hoje 5 570 municípios em todo o território nacional; alguns deles com população maior que a de vários países do mundo.
Então pense comigo: cada uma dessas cidades tem prefeito, vereadores, empreiteiras, prestadoras de serviço público e privado, licitações, concorrências leais e desleais, 'forças-vivas', algumas vivas demais... Tem tudo, pois, para alcovitar bandidagens acima de qualquer suspeita que roubam e deixam roubar.
É o mapa da corrupção e do crime organizado que se espalha tipo respeitável procissão ''que nem cobra pelo chão''.
Mas pense um pouquinho mais comigo: sei que já falei disso por aqui, mas acho - até por mim mesmo - que a gente tem memória curta, então repito: cada um desses município tem juiz de Direito, promotor de Justiça, delegado de Polícia, polícia civil, polícia militar, fiscais municipais, estaduais, federais... E tem o povo trabalhador, ordeiro, pagador de impostos, cumpridor - até ali - de suas obrigações... Então, os municípios têm sim, o Poder Judiciário.
Está aí, pois, e portanto, a rede nacional da Lava-Jato. Basta que se transforme cada município, cidade ou comarca numa sede local da Lava-Jato, com o auxílio luxuoso do pandeiro da própria sociedade exercitando o direito de vigiar de perto os passos de seus próprios ''cidadãos acima de qualquer suspeita'' e vigiando os desmazelos das instituições que estejam maleporcamente funcionando.
RODAPÉ - É assim, ponto a ponto do nosso mapa; cidade por cidade, município por município, que exercendo o direito de fazer da democracia uma realidade que todo o poder pode começar a emanar mesmo do povo e em seu nome ser exercido. Exercido e ao povo devolvido.
SCRIPTUM POST - Cabe ao Superministério da Justiça e da Segurança e aos homens da Lava-Jato depurar cada uma das 5.570 ''sedes'' da Lava-Jato, para que a Operação se transforme no Movimento Nacional Lava-Jato.

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