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ESCAPEI DOS APEDEUTAS, OU: PROFESSOR TEM QUE SABER E ENSINAR
Em 1951, aos 12 anos de idade, entrei no Gonzaga - ''colégio dos padres'' e dos coxinhas daqueles bons tempos de mortadela pra todo mundo.
Salteei as aulas de Admissão ao Ginásio e, além de Geografia, Matemática, História Geral e do Brasil, fui aprender com os ''irmãos lassalistas'' no Curso Ginasial, um catatau de línguas vivas: Português, Espanhol, Inglês, Francês...
Nas línguas mortas dei Latim e escapei por pouco do Grego, ou do Aramaico, sei lá. Escapei dos apedeutas.
Hoje, não gaste seu português castiço para falar com os professores dos seus filhos; eles não sabem o ''O'' que é redondo.
Na sua esmagadora maioria, são todos ''contratados'' sem qualquer grau e por qualquer número para dissertar sobre... gênero. E os valores fundamentais do ensino e da educação que se explodam.
O que eles teriam para dizer nas suas aulas está tudo nos movimentos sociais da esgotosfera. E foi assim que os gênios iletrados e apedeutas que nos têm governado decretaram que ''ninguém mais seja reprovado nos educandários nacionais''.
É assim que esses mestres da iniquidade vêm formando profissionais de notória desqualificação em todas as áreas da atividade humana - salvo horrorosas exceções.
Nunca antes na história desse país tivemos tantos doutores, tantos mestres, com tamanho despreparo e tão enorme inconsequência e irresponsabilidade.
RODAPÉ - Ah sim... Antes que me esqueça. Estudei então, nos melhores e mais, digamos, seletos educandários daqueles velhos tempos de Getúlio Vargas, dono do Rio Grande do Sul e do coração dos brasileiros.
Toda manhã, de segundas a sextas-feira, antes das aulas, em obediência ao badalar da sineta de bronze da Capela gonzagueana, entrávamos em fila no pátio do colégio e cantávamos o Hino Nacional. Ah, sim...
Na primeira aula do dia, fosse qual fosse a matéria, o professor puxava um Pai Nosso e três Ave-Marias. E quem não se comportasse direito, copiava 10 vezes o regulamento do colégio. E tem mais: o desfile nas paradas do Dia 7 de Setembro, era compulsório.
SCRIPTUM POST - As aulas de ''ginástica'' eram obrigatórias. Infrequentes, viravam repetentes. Às quartas e sábados, tinha futebol na ''Chácara dos Padres''. Foi lá que aprendi a fazer pelo menos dois gols por partida. Ser da Banda, era coisa de livre escolha. Hoje, a ''Educação Física'' é opcional. O que era gazeta pra turma ''caçar passarinho'' à base do bodoque, hoje é opção pra puxar um fumo a reboque.
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