20 de out. de 2016

CUNHA E MAIS 300 PICARETAS

Ao prenderem Eduardo Cunha levaram com ele mais de 300 picaretas do Congresso Nacional que só não estão encarcerados ainda de corpo presente. Ele diz que não é o tal Serial Offender que estão pintando e que por isso, só por isso, não será promovido a delator premiado. Quer dizer, ele vai entregar todo mundo de mão beijada. Vai ser um Rat Serial, um espontâneo dedo-duro. É o que a sua prisão tem de melhor até agora. Além, é claro, da expectativa de que o próximo será o chefe de todos os chefes. Desconfio que os brasileiros de boa índole ganharão esse presentão de Natal.

NERVOS DE AÇO

Que jeitinho bem bom de acabar com a cantilena da caçada judicial e com a ladaínha da perseguição política. Essa força-tarefa da Lava Jato tem um ritmo que lembra Lupicínio Rodrigues: "Nervos de Aço". Vai devagar e sempre. O que há de bom no jeito de ser de Sérgio Moro é que ele não se espanta com a capacidade de mentir dos investigados que caem diante da sua Vara e, muito menos dá qualquer importância à enorme habilidade da mídia em vazar o que não acontece.   

CUNHA É 10% DO BARBA

O detalhe nessa prisão de Eduardo Cunha é que ela foi preventiva. Quer dizer, não há um prazo determinado para o seu interrogatório. Francamente, não sei se isso é bom ou ruim. De um lado, acho mais é bom porque vai aumentar a angústia de Cunha à medida em que aumenta o tempo de cadeia; de outro lado, acho ruim porque ele vai demorar um pouco mais para entregar mais da metade desse Congresso cheio de ratos. Uma coisa é certa: Cunha pela continuada mesmice dos crimes que cometeu está pra lá de complicado. E suas façanhas, seus feitos e defeitos são pouco mais de 10% do que a Lava Jato já tem em mãos contra o "chefe da quadrilha".

DELAÇÃO IMPOSSÍVEL
E DESNECESSÁRIA

Só para que Eduardo Cunha não fique dando uma de bom e de companheiro leal, bom e batuta: ele não vai ser delator mesmo que resolva dedurar meio mundo. A Lava Jato não precisa de sua delação. Cunha é o próprio delito ambulante. E isso também se dará com Lula. O Barba foi o alcaguete preferido de Romeu Tuma porque, naquele tempo, estava recém começando a carreira de capo de tutti capi que hoje ostenta. Não tem nada para contar de si mesmo e dos outros que o país inteiro já não saiba e a Lava Jato não possa provar.