A CAVERNA DOS PIORES INIMIGOS PÚBLICOS
Pode
parecer que dedico mais tempo aos inimigos do dia-a-dia, do que me importo com
os amigos. Nada é exatamente o que parece: cada segundo cutucando os inimigos é
um afago, uma homenagem aos amigos.
Hoje
mesmo, o grande risco é, uma vez mais, o Supremo Tribunal Federal. Somos mais
de 210 milhões de reféns socados na Caverna dos 11 Coringas metidos a Superman
fantasiados com a capa do Batman. Nesta quarta-feira,
a Lava-Jato pode ser sepultada viva.
A manobra dos
coveiros da Segunda Turma do STF, que mudou a lei e anulou o processo de
Aldemir, o bandido Bendine, vai a votação pelo plenário da caverna Suprema. A
ideia fixa é livrar da cadeia o Lula, presidiário-ostentação e outros 142
bandidos condenados pela Lava-Jato.
São 11 votos... Em caso de empate, o voto de Minerva é para a
bandidagem. Edson Frachin, o relator, já votou ontem a favor do Brasil. É um voto
conhecido.
Há outros votos que a gente já está careca de saber: Toffoli,
Gilmuar, Levianowski, Marco Aurélio Mellodrama... Tudo pode acontecer.
Mas Anita, meu coração por ti palpita: o placar mais provável é de
6 x 5 pra lá, ou pra cá. Mas, querida Anita, há coração que palpita e regurgita:
7 x 4... Pra lá ou pra cá.
Fato é que, nenhuma democracia decente nesse mundo, pode suportar
o peso de um tribunal com tamanho poder de decisão.
Ainda mais quando, se trata de 11 julgadores feitos a martelo, sem
concurso, indicados na marra pela pior safra de presidentes que uma República
Democrática já suportou na História da Humanidade.
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