A CONVERSÃO DE BOLSONARO
À LITURGIA FRANCISCANA
O governo Bolsonaro que insiste em não praticar a oração franciscana do ''é dando que se recebe'' - está de mãos atadas pelo teimoso e declarado boicote dos deputados e senadores. O governo já é quase refém dos parlamentares que insistem na velha chantagem do toma lá, dá cá.
E o pior é que, até aqui, por força consuetudinária, o governo pouco ou quase nada pode fazer para livrar-se das garras ávidas e ferinas do Congresso Nacional, antiga Casa do Povo, hoje valhacouto de corruptos e chantagistas, salvo honradíssimas exceções.
A barganha toda se dá sob o codinome de Emendas Parlamentares. Elas têm a força. As Emendas Parlamentares são o código 007 dos deputados e senadores que, com elas, além de manipularem prefeitos, governadores, currais eleitorais, os nobres homens públicos ficam ricos com o dinheiro público.
Mas, nem tudo está perdido. Quem procura acha. Sempre há uma saída no fim do túnel. Ou não seria túnel, seria um buraco sem fundo. É hora de botar a cuca pra funcionar.
Bolas, Bolsonaro, o governo tem dados que podem jogar a seu favor. Eu mesmo, que não sou governo nem do governo, fui ao Portal da Transparência e dei de cara, com a maçaneta que pode ser a chave de ouro, dessa extorsão que, no corpo do Parlamento, já virou pele.
É o BNDES! Olha o BNDES aí, gente! É o seguinte e dez e dez são vinte: para este ano 12.784 Emendas Parlamentares despejarão nas gavetas dos deputados e senadores nada menos do que R$ 1,02 bilhão para farta distribuição em suas sedes favoritas.
Sabe quanto Cuba, Venezuela e Moçambique - pra ficar só nessa trinca de caloteiros - estão devendo para o BNDES?!? A micharia de R$ 1,7 bilhão. Dinheirinho vivo, bom, bonito e barato que Lula e Dilma despejaram à la gaita para eles e... para eles mesmos - que ninguém é de ferro.
Então pronto. O governo que pare de botar dinheiro fora com as diletas ditaduras do lulopetismo, dê um um chega pra lá nas Emendas Parlamentares - seja lento, gradual e restrito com as Emendas como o STF é lento, gradual e restrito para fazer justiça - e abra os cofres do BNDES para os governos estaduais e prefeituras.
Pronto: sem heresia, uma santa transferência de renda e de poder de barganha.
E então, Bolsonaro poderá submeter-se à herética liturgia franciscana do toma lá, dá cá. A sociedade vai aplaudir de pé e pedir bis.
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