1 de out. de 2020

PONTOS A PONDERAR...

Por: Sérgio A. O. Siqueira

01.

OS CABELOS E O CALCANHAR DO SUPREMO

Uma das maiores injustiças do cotidiano brasileiro é o poder absoluto dos intocáveis luminares do Supremo Tribunal Federal.

Escolhidos a dedo pela pior safra de presidentes que uma república democrática pode suportar, sua força está no instituto do foro privilegiado e na sordidez do fim da prisão em segunda instância.

Ambos, o foro privilegiado e a prisão só depois do ‘trânsito em julgado’, conduzem a sociedade à pena da procrastinação perpétua e à certeza da impunidade.

Mas, como em tudo na vida, a sua fortaleza pode ser a sua maior fraqueza. O foro privilegiado, pode ser para o Supremo, o que os cabelos de Sansão foram para as mãos de Dalila; a prisão em segunda instância, está para as bases da Grande Corte, como o calcanhar estava para o Aquiles. 

O STF só é grande, só é supremo em razão do foro privilegiado que se reforça, se agiganta e consolida pelo ardiloso fim da prisão em segunda instância. Cortem os cabelos pela raiz; prendam os delinquentes na segunda instância.

Acabem com um e com o outro e estarão devolvendo o Supremo Tribunal Federal a sua magnífica e precípua razão de existir: a guarda da Constituição – conforme o Art. 101 da dita cuja Carta Magna dessa pátria, amada, Brasil.

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