O GOLPE DA ''JUSTIÇA'' SEM ALARDE
Sem qualquer discussão entre seus membros erectos e sem a menor sombra de dúvidas, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou nesta terça-feira gorda, a recriação do auxílio-moradia.
O texto aprovado prevê pagamento de até R$ 4,3 mil, mesmo valor que era depositado até o mês para todos os juízes do país - coisa de quatro salários mínimos e meio de um trabalhador brasileiro que esteja devidamente empregado.
A nova resolução restringe o pagamento aos coitados dos juízes que sejam transferidos de cidade e que não tenham imóvel próprio ou funcional no novo local de trabalho.
E assim é que, na calada dessa tarde gris, essa turma mostrou o seu jeito democrático, imparcial e equânime de fazer justiça. Não, não advogaram em causa própria.
E nem tampouco fizeram justiça. Não é a justiça, nem jamais será a justiça que nos faz ou fará pagar caro por alguma coisa; quem está fazendo isso são eles, os nobres conselheiros do CNJ - um trambolho criado em dezembro de 2004 para aperfeiçoar o sistema judiciário brasileiro.
E é assim que desde junho de 2005 eles aperfeiçoam as coisas e loisas que lhes dão na telha. Não fazem justiça. Justiça é outra coisa.
Eu não sei se é medo, timidez, pessimismo, comodismo da gente. Espero que seja apenas conformismo. É que as reformas, as mudanças, os consertos, as revoluções começam quando acaba o conformismo.
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