PONTOS A PONDERAR...
Por: Sérgio
A. O. Siqueira
Porque hoje é
quinta-feira / Para nós, a quarentena é uma lambança
Porque hoje é
quinta-feira / pobres cães caídos do caminhão de mudança
COM O GOLPE DA
PGR NA LAVA-JATO,
OUTRO PODER
MAIS ALTO SE ALEVANTA
Logo, logo Augusto Aras empata em simpatia com Gilmuar, Toffoliso,
Levianowski, Xandão, Big-McAuréolo, Celsinho de Tatuí e outros de somenos importância.
É que, desde que foi indicado por Bolsonaro para a Procuradoria-Geral da
República da Toga da Mironga, ele balança a pança e arma lambança para fazer da
PGR o centro das decisões.
A mais recente e penetrante dessas pressões totalitárias é a criação de
um órgão viril que concentraria as investigações de corrupção em Brasília,
chutando para escanteio organismos de comprovada eficácia como a Lava-Jato.
Mas, o golpe não fica só nessa manobra. Augusto Aras vem tirando
proveito da pandemia: desde abril que toda e qualquer recomendação relacionada
com a crise - que venha desde
procuradores de primeira instância a reles prefeitos e governadores têm que ser
submetidas à sapiente análise do pomposo e novel Gabinete Integrado de Acompanhamento à Epidemia do
Coronavírus, do Ministério Público Federal.
E, do alto de seu notório saber,
Aras explica, mas não justifica essa concentração de poder com a falácia de que
cabe à PGR "resolver conflitos, e não produzi-los". Ah, que meigo.
Em junho, na condição de presidente do Conselho Nacional do Ministério
Público, Aras assinou nova recomendação chutando os procuradores federais bem
ali, onde suas costas perdem seu digno nome.
A singela recomendação é para que procuradores federais não questionem
atos de prefeitos e governadores relacionados à pandemia se não houver “consenso
científico” sobre as medidas adotadas.
A orientação é de que os atos do Executivo estadual e municipal sejam
questionados pelo Ministério Público estadual, e não pelo Ministério Público
Federal. Quer dizer, as unidades estaduais têm noção do que seja “consenso
científico”, a Federeca, não.
Então, fica
combinado que assim os procuradores não têm que se meter de pato a ganso,
acionando a Justiça para obrigar um Estado a suspender ou a iniciar o
fornecimento de cloroquina, posto que há divergências sobre sua eficácia. Há,
sim. E como há... controvérsias, pô!
A desculpa
esfarrapada de Aras, o Imperador Subssupremo é que “as medidas buscam garantir
ação mais coordenada no enfrentamento da pandemia”.
A
recomendação tem sido olhada com maus olhos pelo bocado ainda livre do MPF como
uma forma de intimidação, já que foi assinada e jamegada pelo corregedor,
Rinaldo Reis, detentor do poder de abrir “procedimentos disciplinares” contra
membros – pô, ao invés de membros, leia “integrantes” - do órgão, - ah, ao
invés de “órgão”, leia organismo.
Tá, eu sei
que o texto é longo e o assunto é xarope, mas estou insistindo nele, porque
mostra claramente que Aras está se achando o dono da cocada preta, com as
costas alargadas desde a indicação de Bolsonaro para o cargo de proprietário da
PGR.
E mais
revigorado Augusto Aras se sente ainda, pela visitinha casual e gentil que
recebeu do próprio pai dos Filhos do Capitão, prometendo-lhe casualmente uma
eventual terceira vaga no STF.
O que se
pretende mostrar aqui, é o empoderamento gradual e irrestrito da PGR e o
enfraquecimento sistemático e organizado da Operação Lava-Jato.
De tal forma
isto está se dando que, amanhã ou depois, Augusto Aras nem vai precisar de um
faustoso fim de carreira nas alcandoradas instalações do Supremo Tribunal
Federal. Não demora nada, ele está mandando mais que o Bolsonaro no Palácio e
do que os 11 ministreis do STF nessa democracia de gaveta.
E por
mandar, mandar assim... até que nem é nada. A tragédia maior é acabar, acabar
assim, com o verdadeiro e bom combate à corrupção e aos corruptos de gravata,
de toga, de mandato e colarinho branco.
Logo, logo Augusto Aras empata em simpatia com Gilmuar, Toffoliso,
Levianowski, Xandão, Big-McAuréolo, Celsinho de Tatuí e outros de somenos
importância. Empata em simpatia; mas ganha na marra no quesito ‘Controle
Social’.
E o Ministério Público, nas mãos da PGR, saltará das páginas edificantes
da Constituição-Cidadã mais do que o atual 4º Poder, mas como o Poder primus
inter pares da República da Toga da Mironga.
EQUAÇÃO MÓRBIDA - Tanto quanto o STF e a PGR, assim constituídos e aparelhados,
estão para a democracia, assim estão a pandemia e a Covid-13 para a atônita e
aparvalhada nação brasileira.
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