COPA DO MUNDO - RÚSSIA

O FUTEBOL TEM DISSO

Em Volvogrado. Volgo é a porção masculina do Volga que aceita o fenômeno de bom grado. Daí, Volvogrado. Mas Tunísia e Inglaterra não têm nada a ver com isso. O registro é apenas para mostrar que, mais do que ópio, futebol é cultura. Ou não.

TUNÍSIA 1x2 INGLATERRA

O que o time da Inglaterra tem de mais bonito nesse jogo é o lema do seu país: "Deus é o meu direito". Tá, mas Deus não joga; só fiscaliza. 

E o que a Tunísia tem de bom é que, se ela se libertou da França em 1956, por que na Copa não pode se livrar da Inglaterra?!?

O diabo é que os bretões têm no ataque um certo cidadão Kane. Aos 3 minutos os ingleses tinham perdido uns cinco ou seis gols que até a sua avó torta faria. A torta, tá?!? É de mentirinha. Isso pode fazer falta mais tarde. Quem não mata; morre.

Aos 10 minutos, gol. Gol da Inglaterra. Gol dele. Cidadão Kane. O goleirão tunisiano, maior e melhor figura em campo sai, contundido. Virou jogo de um time só. Os ingleses, imponentes, passeiam em campo assim como quem sai da Revolução do Jasmin para a Primavera Árabe.

Mas, a soberba morde e remorde. Aos 33 - idade de Cristo - pênalti bisonho para a Tunísia. Bisonho como qualquer pênalti contra um ataque bisonho como o da Tunísia. 

Ferjan Sassi -um herói nacional tunisiano - bem penteadoe coisa e tal, reza para todos os anjos e santos. Bate. Bate bem. Gol. Gol da Tunísia. Gol com feitio de oração. Tá um a um. Goleada para a Tunísia.

Já é segundo tempo. A Inglaterra está para a Tunísia, assim como o Brasil esteve para a Suíça. Não consegue vencer o jogo. Nem convencer ninguém.

Mas acontece que a Inglaterra não é o Brasil. Nos acréscimos, foi lá e fez. Outra vez, um certo cidadão Kane. De cabeça. Pra matar do coração. Lá se foi a Tunísia. Tudo por causa de Harry Kane - um Hurricane, o furacão britânico.