SOY CONTRA, OU: MY WAY, UM DESOBEDIENTE CIVIL
Em matéria de governos de ‘mierda’ estou sempre de
nariz torcido: si los hay ‘soy contra’. Estou sempre me opondo e me indispondo.
Sou por natureza e de nascença um desobediente civil. Eu me oponho a toda e
qualquer ordem que se comporte com e como injustiça. Se um governo, qualquer
governo, é assim metido a opressor e malcomportado, eu sou contra.
Esse é o meu lado Mahatma Gandhi, desprovido de seus
pendores de dormitares hinduzidos com afilhadas dimenor – como devem estar
exagerando seus historiadores.
Talvez seja até a minha porção Martin Luther King se
manifestando sempre que os governos não atenderem e até frustrarem os anseios
da sua sociedade. Desobediente civil convicto, me dou o direito de abjurar,
afrontar e até censurar o que seja ou pareça ser governo de ‘mierda’.
Tenho sido desobediente civil convicto desde 1985,
quando Zé Sarney, um reles Marimbondo de Fogo, assumiu a ‘redemocratização’ do
meu País. Tenho confrontado e desobedecido todos os governantes de lá para cá,
sem lutar fisicamente contra eles, todos eles. E porque não lhes reconheço
nenhuma condição moral, eu não lhes dou nenhum apoio e nem sequer permito-lhes
que me apoiem. Bolas, quem eles pensam que são?!?
Minha desconformidade é facilitada pela merecida
aposentadoria que hoje desfruto: por ela não tenho que responder a ninguém por
me recusar a pagar impostos a governos que não merecem respeito nem confiança.
Então não pago impostos e pronto, taí a minha ‘desfeita’, um pouco da minha
desobediência civil.
Sempre que posso me rebelo contra esses governos e
governantes que temos padecido de Sarney até hoje, todos iguais – sem tirar nem
pôr. Salvo, por enquanto, essa temporada de Bolsonaro que deu uma estancada na
sangria das licitações roubadas e fraudulentas.
E até que nem é tão difícil ser assim do contra;
chega a ser até compensador: não faço nada contra mim mesmo, mas também não
preciso dar com paus e pedras no bandoleiro de plantão: consola-me um pouco
parar de obedecê-lo. E vou até mais adiante: sempre que possível contamino meus
circunstantes com a minha febre de desobediência permanente contra a
má-formação do Estado e contra a submissão do povo a tais governos e tais
autoritárias autoridades.
Não estranhem, pois, o fato de não me encontrarem
por aí, nessas ‘mobilizações’ de rua. Não tenham pena de minha falta de ousadia
de me incorporar à voz rouca das ruas. Minha pena é a pena que fere mais que a
faca que se embarrigou em Bolsonaro. Meu velho pai, Juliné da Costa Siqueira,
causídico poeta, seresteiro e enamorado pela vida me dizia e eu aprendi que ‘’a
palavra pode ser mais afiada que a espada’’.
Enquanto eu puder repassar-lhes meus conceitos de
reação e desobediência contra o Estado bandido, o Governo mal estabelecido e
malcomportado, eu serei esse desobediente civil que faz da comunicação e da
palavra essa arma apontada para o peito dessa pandilha de sevandijas, a
despeito de sua destruidora força de desconstrução desse país e do seu povo, a
nossa gente.
A desobediência civil é a minha tática nacionalista.
Não sou, jamais serei, contra passeatas e manifestações de protesto,
embora muitas delas não sejam necessariamente desobediência civil.
O
meu quebra-quebra é a liberdade de credo, de pensamento e expressão. Essa
liberdade é o meu jeito, a minha maneira ativa de resistência e desobediência
civil; é, como cantaria Sinatra, my way de quebrar leis e outros engodos da
politicalha dominante.
Sou
contra todas aquelas manifestações que se acabem em si mesmas e por si mesmas,
posto que, não raro, promovidas por quem, por baixo dos panos, continua apoiando
o governo e seus lesivos e peçonhentos regentes de sempre.
Sou
um convicto desobediente civil. Meu direito de resistência é o meu direito de
lutar para garantir outros direitos básicos – tipo assim os direitos
naturais à vida e à liberdade –
sempre que as instituições públicas não cumpram, como não vêm cumprindo o seu
papel e quando, como hoje nos mostra o STF, não se consegue mais perceber e nem
ter meios legais que assegurem à sociedade o exercício desses direitos.
Si
hay gobierno de mierda: soy contra; se há governo americanizado in my way: I'm
a disobedient civil... Se há um governo latino-americanizado como os nossos: sou
um desobediente civil.
Venha comigo, venha. Venha ser mais um de mim. Eu e você, juntos, formamos uma multidão.
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