19 de mai. de 2018


DIRCEU, O MEIGO VICE-PERSEGUIDO POLÍTICO, NA CADEIA

Hoje é o primeiro dia do resto da vida de Zé Dirceu na cadeia. Ontem, emocionado, Zé chorou. Mas vestiu seu fardão de velho rebelde e com pose de herói, disse que jamais considerou a chance de ser delator.

E puxou pela memória: “No Exército Vermelho da União Soviética tinha um ditado: para ser covarde, é preciso ter coragem. Porque os traidores eram sumariamente eliminados pelo comissário político na frente de batalha”.
Como se vê, para o Zé a Rússia ainda é a capital da União Soviética que já deu os doces há muito tempo, com comunismo e tudo...
E então, pelo que se vê seu silêncio, muito menos que um ato de personalidade e de bravura, é uma prova de que, quem tem, tem medo. Ele sabe que é um arquivo-vivo que não quer ser arquivo-morto.
Mas, continuou falastrão como se tivesse grandes mensagens a passar para as fantasmagóricas legiões de mortadelas unidas que jamais serão vencidas:
“Eu fui formado numa geração em que a delação é a perda da condição humana. A maioria das pessoas presas na ditadura não delatou nem mesmo sob torturas que as destruíam psicologicamente, fisicamente. Muitas ficaram com sequelas e carregam até hoje aqueles tormentos, como é o caso da própria presidente Dilma”.
Ah, que meigo. A maioria das pessoas nas ditaduras e nas democracias não se deixa subornar, não é corrupta passiva nem ativa, não lava dinheiro, não chefia quadrilhas, não rouba e não deixa roubar...
Essa pandilha de sevandijas tem que falar é nas sequelas que deixou na sociedade de um país que tinha tudo para ser feliz e não sabia. Não sabia com quem estava falando.

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