DE CAMINHONEIROS, A LIXEIROS, RAIOS DE LUZ, MILITARES
IMPÁVIDOS, SENHORES DA SECA...
O texto é grande. O Brasil que a gente quer não cabe no meu escasso poder de síntese.
Coisas conhecidas como Educação, Eletricidade, Saúde,
Segurança, Transporte, Habitação Social, Telecomunicações, Saneamento, Rede de
Água, Limpeza Pública, Defesa da Soberania...
E eis que, de repente, não mais que de repente a
sociedade brasileira carente e indignada elege seu mais recente parâmetro de
desassombro e eficiência: o Herói Caminhoneiro!
Mas cuidado com o andor, o ídolo pode ter os pés de
barro. Quem sabe amanhã, ele já não terá se deixado derrubar pelo peso da
máquina pública?!?
E logo estaremos à cata de um novo salvador. Sai o
caminhoneiro e entra o lixeiro para fazer não só o governo de refém, mas a
nação inteira submissa, pendente e subjugada de cabo a rabo.
OS SALVADORES URBANOS
O caminhoneiro é, antes de tudo um forte, assim como o
lixeiro é antes de mais nada essencial para a limpeza urbana, ou – caso cruze
os braços – fundamental para um holocausto à brasileira.
E assim logo a sociedade brasileira correrá atrás de seu
novo ‘salvador da pátria’, posto que continua sendo governado pelo crime
organizado que tomou o lugar e faz as vezes de Estado.
Há de encontrar similares de heróis caminhoneiros e
lixeiros na pele de salvadores tipo o Cavaleiro Raio de Luz, servidor que
paralisa o sistema de Eletricidade do país; o Militar Impávido e Colosso,
soldado da terra, do ar, do mar e do fogo; ou o Senhor da Seca – simples barnabé
que mexe com o fornecimento d’água para as aldeias, cidades e todos os grandes
centros desse país que está “fora dos trilhos”.
Um povo que se preze, uma sociedade, uma nação que se
pretenda livre e democrática não pode depender de ‘salvadores da pátria’, nem
de heróis que, amanhã ou depois, viram vilões nas mãos dos políticos que se
apropriaram do Brasil. Esse filme a gente já viu. O bandido beija a mocinha e o
mocinho morre no fim.
OUTUBRO VERDE-AMARELO
Nas verdadeiras democracias, o primeiro passo para a
liberdade, para a sonhada paz social, a vida digna e a merecida felicidade de
um povo é que ele seja representado por homens de bem, dignos, honrados,
capazes de garantir que todo o poder emane do povo e que em seu nome o poder
seja exercido e ao povo esse poder seja devolvido.
Essa mudança começa; ainda pode começar aqui no Brasil... Pelo voto. Ainda que obrigatório, ainda que por obediência a lei.
Em outubro, não reeleja ninguém. Nem eleja quem quer que
seja parente, amigo ou apadrinhado por quaisquer desses usurpadores que, travestidos de políticos, destrambelharam
e deixaram destrambelhar esse país.
Ainda que os novos sejam uma incógnita, vale a pena
arriscar. É melhor do que perder na certa. O Brasil chegou a um ponto em que
logo você até pode se desapontar; mas estará perdido se não tentar.
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