25 de mai. de 2018


DE CAMINHONEIROS, A LIXEIROS, RAIOS DE LUZ, MILITARES IMPÁVIDOS, SENHORES DA SECA...

O texto é grande. O Brasil que a gente quer não cabe no meu escasso poder de síntese.

O Brasil vem sendo tão mal governado que a indignação popular anda à cata de um ‘salvador da pátria’ que realize com eficácia e honestidade os serviços essenciais que a mais simples democracia lhe deve por direito constitucional.

Coisas conhecidas como Educação, Eletricidade, Saúde, Segurança, Transporte, Habitação Social, Telecomunicações, Saneamento, Rede de Água, Limpeza Pública, Defesa da Soberania...


E eis que, de repente, não mais que de repente a sociedade brasileira carente e indignada elege seu mais recente parâmetro de desassombro e eficiência: o Herói Caminhoneiro!

Mas cuidado com o andor, o ídolo pode ter os pés de barro. Quem sabe amanhã, ele já não terá se deixado derrubar pelo peso da máquina pública?!?

E logo estaremos à cata de um novo salvador. Sai o caminhoneiro e entra o lixeiro para fazer não só o governo de refém, mas a nação inteira submissa, pendente e subjugada de cabo a rabo.

OS SALVADORES URBANOS

O caminhoneiro é, antes de tudo um forte, assim como o lixeiro é antes de mais nada essencial para a limpeza urbana, ou – caso cruze os braços – fundamental para um holocausto à brasileira.

E assim logo a sociedade brasileira correrá atrás de seu novo ‘salvador da pátria’, posto que continua sendo governado pelo crime organizado que tomou o lugar e faz as vezes de Estado.

Há de encontrar similares de heróis caminhoneiros e lixeiros na pele de salvadores tipo o Cavaleiro Raio de Luz, servidor que paralisa o sistema de Eletricidade do país; o Militar Impávido e Colosso, soldado da terra, do ar, do mar e do fogo; ou o Senhor da Seca – simples barnabé que mexe com o fornecimento d’água para as aldeias, cidades e todos os grandes centros desse país que está “fora dos trilhos”.

Um povo que se preze, uma sociedade, uma nação que se pretenda livre e democrática não pode depender de ‘salvadores da pátria’, nem de heróis que, amanhã ou depois, viram vilões nas mãos dos políticos que se apropriaram do Brasil. Esse filme a gente já viu. O bandido beija a mocinha e o mocinho morre no fim.

OUTUBRO VERDE-AMARELO

Nas verdadeiras democracias, o primeiro passo para a liberdade, para a sonhada paz social, a vida digna e a merecida felicidade de um povo é que ele seja representado por homens de bem, dignos, honrados, capazes de garantir que todo o poder emane do povo e que em seu nome o poder seja exercido e ao povo esse poder seja devolvido.

Essa mudança começa; ainda pode começar aqui no Brasil... Pelo voto. Ainda que obrigatório, ainda que por obediência a lei.

Em outubro, não reeleja ninguém. Nem eleja quem quer que seja parente, amigo ou apadrinhado por quaisquer desses usurpadores que, travestidos de políticos, destrambelharam e deixaram destrambelhar esse país.

Ainda que os novos sejam uma incógnita, vale a pena arriscar. É melhor do que perder na certa. O Brasil chegou a um ponto em que logo você até pode se desapontar; mas estará perdido se não tentar.

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