4 de nov. de 2016

FICAR-SE PRA SEMENTE

Não, não é o tempo... É o que nós fazemos com o tempo, o tempo todo, que nos deixa velhos. E, no entanto, não me sinto velho o bastante que tenha medo de me dizer velho; nem tão velho assim que não acredite poder viver mais, muito mais, essa grande a/ventura que é a vida.

Hoje é a data da minha fundação. Estou em pé, há 77 anos usando e abusando dessa mesma coluna cervical reta já com alguns pontos mais aqui e ali que me facilitam agradecer ao tal de tempo.

Esse tempo vertical que me permite carregar comigo minha mulher Malu, parceira de lei e meu filhão, Marcelo – o Celão, de boa paz e passos firmes nessa mesma travessia.
Preciso agradecer sempre e muito ao tempo que, no ano da graça de 1989, me brindou com o lançamento da pedra fundamental de Thiago, meu neto uno e indivisível, há exatos 27 anos, num mesmo dia 4 de novembro e na mesma cidade de Pelotas – nossa pátria pequena que deixamos lá no Sul.

Ele é de certa forma a minha visão de eternidade. Se um dia eu me apressar, e já não puder contar, ele continuará contando o tempo e será como se eu contasse também, posto que estarei batendo no seu coração e sei que ele sempre me atenderá.

Ambos escorpiões de boa índole, gostar de sol, de chuva, de lua, de poetar e cantar; gostar de atravessar rios, agradecer e picar é da nossa natureza.

Feliz aniversário então para nós, Thiago Siqueira de Pinho, filho querido dos meus queridos filhos Marcelo Mota de Pinho e Luciana Siqueira de Pinho, múltipla denominadora comum de todos nós.

Feliz data de fundação e do lançamento da pedra fundamental para nós todos.
E que pare o tempo, para que a gente pegue sua carona. E que siga o tempo. Vou de janela aberta. Quero ver onde é que se esconde essa tal eternidade. 

De uma forma ou de outra, vamos dar um jeito de ir sempre adiante, até ficar-se pra semente. É com o que se faz com o tempo que a gente fica pra semente.