UM PALETÓ ARMANI NÃO FAZ UM HOMEM DE BEM, OU: O RÉU DOS RÉUS ESTÁ NU
Ah, aquele paletó Armani... E aquela gravata vermelha que fala lulês italiano, aquele colarinho maduro... Que boa ideia. Quanta dignidade aquelas vestes emprestaram ao depoente Lula, encarcerado há mais de meio ano por corrupção e lavagem de dinheiro.
Sempre há aqueles que pensam que um salafrário bem vestido vira um finório. Mas na vida em sociedade, todo mundo sabe que há figurões elegantes e tipos enfeitados.
E foi assim que eu vi ontem, o Lula - presidente de honra do PT, todo enfeitado, diante da juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara da Justiça Federal.
Mas vi pouco. Tive engulhos. Não há gravata nem colarinho que transforme um grosseiro, prepotente e malcriado, em um gentil-homem.
Lula, enfurnado naquele paletó, continuou sendo arrogante e compulsivamente mentiroso. Vestiu pelo avesso a roupagem do Réu dos Réus, dando-se uma importância que o traje não vestia. Ao contrário: ultrajava. A provocação e o vitupério são a sua melhor grife.
Lula queria ser o inquiridor e não o depoente. Mas Gabriela Hardt, a Musa da Lava-Jato, o enquadrou devidamente. Perguntou-lhe o que tinha para perguntar e deu-lhe corda para se enforcar. O arguto Lula caiu nas malhas da arguição da magistrada.
Ao invés de limitar suas respostas ao simplérrimo ''sim, ou não'' Lula deixou o grande ilusionista que guarda no peito falar como gosta de falar. Nada melhor para desnudar um mentiroso do que deixá-lo falar. E Lula falou. E Lula mentiu. E afundou-se como um fruto do mar que nada, nada e... morre na praia.
Sua garganta roufenha e rasteira foi a fonte murmurante que só valeu mesmo para comprovar as provas que ele, redundantemente diz, ninguém tem para mostrar.
RODAPÉ NOS FUNDILHOS - Lula, assim que terminou seu tempo de nariz fora das grades, já voltou sob escolta pura e simples, para a sua estalagem da Polícia Federal.
Retoma assim a sua rotina, por enquanto de apenas 12 anos de ressocialização, despindo-se do terno Armani, da gravata Red Label e do colarinho maduro, para exercitar-se na mordomia da sua esteira rolante, vestindo sua camisa regata da humildade que perde sempre que tem plateia para aturar seus grunhidos guturais.
Lula já disse, nos velhos tempos de fanfarronices, que é o Metamorfose Ambulante. Na longa esteira da cadeia, Lula se transforma no Homem das Cavernas, amo e senhor de Dilma Sapiens e cumpanhero dos sonhos da Perereca Pálida.
E também é só. A ridícula mobilização popular de ontem, diante do prédio da Justiça, em Curitiba, mostra que Lula, O Réu dos Réus está nu.
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