PONTOS A PONDERAR...
Por: Sérgio A. O. Siqueira
AH QUE COMOVENTE! NO PALAVREAR REBUSCADO
ELES FALAM “NÓS” COMO SE FOSSEM NÓS.
Por: Sergio A. O. Siqueira – um relato de O Garanhão de Pelotas.
Para não fugir à regra, Beto Barroso, o mais barroso dos pensionistas do Patronato das Togas, deu entrevista à rádio Jovem Pan neste sábado, com ares de cronista político-social dizendo, em suma, que “vê o país em uma situação de retrocesso em relação a avanços feitos em anos anteriores”.
Ele discorria caudalosamente sobre a tentativa de uns que outros todos parlamentares de alterar a PEC da Imunidade. Ele afirmou – esquecendo-se é claro de que, pela Constituição “somos todos iguais perante a lei” e por isso ‘imunidade’ é desigualdade – que as instituições têm conseguido avançar na direção certa, mesmo que nem sempre na velocidade desejada”. Pô, que as instituições têm conseguido avançar, isso a gente já sabe. E como avançam!
Mas de que ‘direção certa’ Barroso falou: da direção que ele e os seus colegas de Patronato acham que é a certa, à luz de sua suprema clarividência?!?
Isso é vesguice legal. No jeito certo da sociedade ver as coisas, aquela pandilha de cortesãos caolhos enfiados, todos eles, nos cargos de confiança que ganharam da mais tenebrosa galera de presidentes da história dessa República, é de um estrabismo jurídico-social pernicioso e incurável.
O QUE ESTE SEU GARANHÃO DE PELOTAS ESCUTOU
E leiam o que eu escutei na Jovem Pan que não encontrou ninguém melhor para ‘entrevistar’ àquelas alturas desta sabatina:
“Acho que nós avançamos muito e é possível que estejamos vivendo algum grau de retrocesso, porque a história não é linear. Ela é feita de idas e vindas, de avanços e de recuos. Acho que nós avançamos muito na aceitação do inaceitável e acho que nós vivemos um momento sim de algum grau de retrocesso”.
E sem dar este espaço que me dei ao luxo de emprestar a esta postagem, ele prosseguiu misturando eles conosco, como se eles fossem o alho e nós o bugalho: “É uma pena, mas a notícia boa é que nós não estamos voltando para a posição inicial, acho que conseguimos avançar uns 10 passos e talvez possamos estar voltando uns dois passos”.
Mas que primor! Esse ‘nós’ do ‘achado’ de Barroso foi usado e abusado por ele, como costuma acontecer nos banquetes alagostados dos cardeais de confiança dos seus respectivos patronos, todos presidentes já desbancados e apenas mais um, ainda em exercício.
Beto falou como se ele e eles lá dos píncaros da glória fossem nós, os ingênuos aqui da planície. Bolas, “nós” quem, cara-pálida?!?
Ele contou, com seu olhar de paisagem – rádio agora a gente também ‘vê’ - para os entrevistadores da Jovem Pan que no seu novo livro, “Sem Data Vênia”, narra ‘um pouco da formação do quadro de corrupção estrutural criado no Brasil’ e explica como o judiciário reagiu em processos como o do mensalão, operações como a da Lava Jato e em outros esforços para “desnaturalizar as coisas erradas”.
Pô, como assim “narra um pouco”?!? Ou conta tudo, ou fecha-te em copas! Quem narra um pouco, pode estar deixando de narrar muito. E isso pode dar margem à formação de um desses perigosos dossiês que viram moeda de troca.
Mas deixando pra lá esse detalhe de somenos importância, cá pra nós, Barroso precisava escrever um livro lá na gráfica da Corte, para dizer essas sandices com tanta rebuscada meiguice cristalina?!?
Em todo caso, quando esse luminares se prendem a falar, não param mais. Barroso se esbaldou dissertando sobre a Lava-Jato: “A Operação Lava-Jato, na minha visão, não é mais uma operação em si, ela é um símbolo que ocupa um espaço no imaginário da sociedade brasileira que é a inaceitação do inaceitável, como falei.
É um esforço de criação de uma nova ordem que empurre para a margem da história esse período longo em que era legítima a apropriação privada do estado e o desvio de dinheiro público”.
Tá, por tudo quanto de baboseira ele disse, resta-nos uma boa ‘gaitada’ – como se dizia, em priscas eras, lá em Pelotas, a minha pátria pequena que deixei no Sul, quando se repete a “inaceitação do inaceitável” que o Barroso disse, como se fosse um purista do idioma pátrio. É impactante, mas apenas delirante.
Vá ser pernóstico e prolixo assim, lá nas reberbelas das intertelas da casa do Big-McAuréolo, pô! E quanto à Lava-Jato em si, melhor seria que o nobre ‘entrevistado’ e seus parças de Patronato lavassem a boca e engolissem a língua-mater antes de tocar no assunto.
RODAPÉ NA ORELHA DOS LIVROS – Vocês já repararam como é fácil ser ‘escritor’ para os que têm as burras públicas como um dos seus mecenas nas artes da escrita?!? Até o Leixandrão, escreveu o dele, outro dia... Com açúcar até eu.
Mas, o que eu queria lhes dizer é que, sempre que vejo o palavreado rebuscado e afetadiço dessa pandilha de ‘fios escassamente encapados’, me recordo de uma velha cena, ocorrida num bordel da velha e boa Bahia de Todos os Santos.
Deu-se assim, segundo testemunhas oculares – as ‘prostitutas dos autos’: um garanhão baiano tirou para comer uma baiana useira e vezeira nas artes dos lençóis. Mandaram-se para a alcova, num quarto de cima do lupanar.
Em lá chegando, ele desnudou-se e ela também. Ele, garanhão como só ele, tomou atitude e, com voz de entonação altaneira ordenou cheio de amor para dar:
- Ó tu, marafona! Ó tu, mulher de vida fácil, querida meretriz, linda rapariga, messalina e concubina, adorável cortesã... coloca-te neste leito pecaminoso, põe-te numa posição gestosa e vamos praticar o coito!
Nem bem captara o som da própria voz, o cavalheiro já aprecatado, escutou da sincera e explícita prostituta:
- Oxe, bixim se queres me comer, me come logo... Mas, se tua fome é de me comer com diplomacia, vai comer o offclaides do Ruy Barbosa.
Pano rápido. Desliguei o
rádio ouvido e visto no YouTube, antes que me viessem as cenas do bixim à cata
do endereço do Águia de Haia.
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