PONTOS A PONDERAR
Por: Sérgio A. O. Siqueira
01.
O DELEGADO
Esse Daniel Silveira, hoje deputado, não precisa ser demolido pelos sempre atentos e vorazes assassinos de reputações: o seu passado o condena. É um exemplar compulsivo de pequenas rebeldias e insubordinações. Um ranzinza por vocação
Seu temperamento impulsivo, no entanto, não justifica a prepotência e nem chega aos pés da truculência de Leixandre, o Magno, supremo delegado.
02.
FLASHBACK:
O PORVIR RISONHO
Era dezembro de 2014, quando Alexandre de Moraes, licenciou-se
da advocacia assim que foi nomeado por Geraldo Alckmin, para o cargo de Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo,
onde ficou até 2016.
Alexandre assumiu a secretaria prometendo o fortalecimento da
legislação estadual no setor. Mas deu com os burros n’água: sua passagem como
secretário foi criticada e execrada inúmeras vezes em razão do excesso de violência
cometida na repressão a protestos e atos políticos.
Diz a Wikipédia a quem interessar possa que, de acordo com a TV Globo daqueles tempos
bicudos, a Polícia Militar então sob a batuta
do maestro Alexandre foi responsável pela morte de uma em cada quatro pessoas
assassinadas no estado paulista em 2015.
Naquele mesmo notável 2015, os jornalojistas do Estadalhão de S.
Paulo editaram em seus cadernos policiais que Alexandre figurava no Tribunal de Justiça de São Paulo como
advogado em pelo menos 123 processos da área civil da Transcooper.
Essa Transcooper, não é nada, não é nada era apenas uma das
cinco empresas e associações enroladas até os ossos em uma investigação que
destrinchava movimentações de lavagem
de dinheiro e corrupção concebidas
e batizadas pela organização criminosa Primeiro Comando da Capital, o popular PCC.
Naquela época, conhecido no ambiente mais escuro da sociedade
pelo codinome de Xandão, Alexandre garantiu, por meio de nota por ele assinada
embaixo, que “renunciou a todos os processos que atuava como um dos sócios do
escritório de advocacia” e que estava de licença da OAB durante o
período investigado. Eia, pois, advogado nosso que de bobo nunca teve nada. Salve,
salve!
Mas aí então, deu-se que, ele foi convidado pelo então
vice-presidente da República, Michel das Docas Temer, para
compor seu governo em caso de concretizar-se o impeachment de Dilmandioca
Katavento Sapiens.
Xandão passou então a ostentar pela vez primeira o título de
Alexandre, o Magno. Foi feito Ministro da Justiça em maio de 2016, desde quando
passou a agir como Leixandre, cheio de Moral.
No dia 3 de fevereiro de 2017, o ministério passou a se chamar
Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Mas o melhor estava por vir: um porvir risonho... Em 22 de
fevereiro, Moraes foi exonerado do cargo e, em razão de seu notório saber e de
sua ilibada reputação blindada, Michel das Docas Temer o abençoou e consagrou
como ministro do Supremo Tribunal Federal.
RODAPÉ – Já fui amante inveterado de cinema. Uma das películas
inesquecíveis que assisti no final dos anos 60 no Cine Theatro Avenida, na
Avenida Bento Gonçalves, em Pelotas – minh pátria pequena que tenho no Sul –
foi “Meu Passado Me Condena”, um drama policial rodado no Reino Unido em 1961.
Dirk Bogarde fazia o papel de um advogado, Melville Farr, que possuía uma vida
rotineira e um casamento comum sua mulher, (Sylvia Syms). Mas ele tinha um
segredo... Pois é.
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