24 de nov. de 2020

PONTOS A PONDERAR...

Por: Sérgio A. O. Siqueira

01.

DESCONSTRUTOR

Boulos Fecais pode até perder e deve perder mesmo. Mas o estrago que ele tinha que fazer já está feito. Sai dessa com todo o gás para perturbar e desconstruir qualquer governo que o paulistano tenha pela frente. Então, Boulos Fecais já é um ganhador. Para essa pandilha o que menos importa é governar; bom mesmo é desconstruir.

02.

NADA É DE GRAÇA

O Brasil é um país em que nada é de graça. Nem o espaço público é gratuito: para estacionar seu carro você paga propina ao ‘flanelinha’... Por que os políticos não cobrariam pedágio nem propina dos brasileiros?!?

03.

A LAVA-JATO DESMORONOU-SE

Quando Lulavagem da Silva subiu a rampa pela primeira vez, em janeiro de 2003, a Polícia Federal estava no meio de uma já longínqua greve salarial. Os Federais levavam de barbada o sucesso de sua i/mobilização. Não levaram. Lulavagem os deixou chupando o dedo.

Daí pra frente, tudo foi diferente. Lulavagem quis aprender a ser gente: fincou pé e disse que, de greve, ele entendia. Deu bode. Quer dizer, rumores de bode; resmungos de furiosos descontentes.

Sem levar bulhufas, os Federais voltaram por conta própria à atividade, a uma frenética atividade. E saíram ao encalço dos malfeitores de gravata que eram unha e carne com Lulavagem e seus cabos eleitorais.

E aí deu-se então que Lulavagem, ao inverso do que Bolsonaro vem fazendo agora, não bateu de frente com seus desafetos. Fingiu até que, qual Pietro Mascagni tupiniquim, era ele quem tinha as rédeas da Cavalleria Rusticana.

Tanto é que, mal estourava na imprensa uma daquelas operações de busca e apreensão com algemas e tudo mais, logo surgia no pedaço impávido e colosso, o seu ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, tocando suas trombetas como se fosse o capataz da caravana desbravadora. Botava panos quentes e tudo parecia estar na mais perfeita harmonia entre o governante palaciano e o governo invisível.

E tanto a prática se repetiu que, as duas partes logo se acostumaram e as melancias se acomodaram nos carroções. Aqueles Federais daqueles tempos de outrora, não precisaram mais sair por aí fazendo greve. As melancias amadureceram, a vida ficou doce e quem comeu regalou-se.

Depois foi cada um pro seu canto. Em cada canto uma dor. E um lenço para cada choro. A vida harmonizou-se e o que era diferença acomodou-se. Com o passar do tempo, Lulavagem foi-se; Dilmandioca abancou-se e a Lava-Jato apresentou-se.

E o que era concórdia virou discórdia. Dilmandioca pedalou rumo a lugar nenhum e, ainda assim chegou a um paraíso - aonde quer que tenha chegado - posto que seu lugar ao sol deveria ser o pátio de onde ela poderia escrever suas memórias do cárcere.

Parecia que tudo estava em seu lugar. Graças a Deus, graças Deus... Via-se até o sorriso estampado na cara de muita gente. Mas...

Eis que veio a guerra à corrupção / a ágil Lava-Jato apresentou-se / mas, ao descobrir os Filhos do Capitão, / logo, como num jato, desMoronou-se.

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