PONTOS A PONDERAR...

Por: Sérgio A. O. Siqueira

Porque hoje é domingo / Ah, suprema e crua verdade dura: / Porque hoje é domingo / O criador vira refém da criatura.

01.

FUX FUXICOU BIG-McAURÉOLO

Luiz Fux fuxicou a liminar do Big-McAuréolo que soltou André do Rap, o chefoide do PCC que agora ninguém sabe por onde anda e se um dia vai voltar para a cadeia.

Big-McAuréolo esfregou na nossa cara, trecho do pacote fajuto anticrime moldado pelos mais de 300 picaretas do Congresso e sancionado por Bolsonaro. Fux mandou Big-McAuréolo subir no coqueiro para ver se tinha coquinho.

De resto fica o lamento da sociedade, diante do jogo de cintura da pandilha que é contra o combate à corrupção e se faz de tonta para passar bem. Passar bem e livrar a cara e salvar a pele daqueles lhes são chegados, afins, filhos, afilhados ou sócios do mesmo sindicato de ladravazes.

Ah, sim... Fica o alento de que Luiz Fux esteja mesmo disposto a combater o crime de casaca e colarinho branco.

02.

OS VÍRUS DE TRUMP

A Casa Branca está garantindo que Donald Trump não transmite mais o novo coronavírus. Não transmite o novo, porque o coronavírus dele é dos antigos. E o pior nem é isso; o mais grave é que ele transmite Trump por todos os poros.

03.

NADA MAIS NEGATIVO

Big-McAuréolo, com aquela empáfia que lhe coroa a cabeçorra descomunal, justificou a soltura do André Rap, um dos mais abastados senhores do crime chinelão, com o argumento de que adota sempre a linha reta e sem desdobres do direito positivo.

Direito positivo é o seguinte, minha gente boa: é o pisoteio do direto formal, do direito de ocasião sobre o direito natural, o direito moral. Em termos de proximidade com a justiça, nada é mais negativo do que o tal direito positivo.

04.

CONSÓRCIO FILHO DA PAUTA

Aos poucos o Consórcio de Veículos de Imprensa Fúnebre – os jornais O Globo, Extra, Estadão, Folha de São Paulo e seus portais G1 e UOL, vão perdendo assunto e ficando cada vez mais filhos da pauta: entre um malho e outro no governo que não os patrocina, os jornalojões só tratam de pandemia.

Fazem um pandemônio com os números mortíferos e infalíveis colhidos nas Secretarias de Saúde que obedecem aos sapientes governadores e tão seguros quanto eficazes prefeitos dessa pátria, amada, Brasil.

Desde que Lulavagem da Silva voltou da Itália, trazendo no corpo o caloroso abraço do Papa do Tapa que o Consórcio dos Coveiros da Notícia só fala em pandemia e exalta a quarentena. 

Bolas, até agora, não apresentaram nada mais eficaz nem mais saudável contra Covid-19 e Corrupid-13 do que lavar as mãos com muita água e sabão.

05.

A ARMA

Assim como tem sido e assim como está e vai faicar, o voto é bucha; é a culatra da arma do povo!

06.

TADINHO DO BIG-McAURÉOLO

Ah, tadinho do Big-McAuréolo... Agora se queixa e diz que, ao revogar sua rica liminar em prol de André Rap, tão milionário quanto perigoso chefe do PCC, “Luiz Fux agiu como censor”.

Ah, vá se catar! Melhor ir se acostumando. E que Luiz Fux se cuide, Big-McAuréolo está no portal de saída da Grande Casa da Justiça.

Ano que vem ele deixa compulsoriamente, pelo vencimento do seu prazo de validade, esse reduto dourado das soluções rápidas e rentáveis para os processos dos bandidos mais ricos do país.

07.

O BRASIL PRECISA DA LAVA-JATO

Jair Bolsonaro ontem voltou a repetir que o seu governo “não precisa da Lava-Jato”. Precisa, sim. A menos que o Pai dos Filhos do Capitão esteja pensando na sua valorosa e impertinente prole.

Bolsonaro soltou mais essa, justificando que não precisa de forças-tarefas porque no seu governo “não tem ministro corrupto”. O governo de um país é o governo do país; o governo não é o país.

Ainda que se leve em consideração o que Bolsonaro diga dos dentes pra fora, ele perdeu mais uma excelente oportunidade de ficar calado: é que seu governo pode até nem precisar mesmo de uma Lava-Jato, mas o Brasil e os brasileiros de boa paz precisam. E precisam muito da boa e velha Lava-Jato.

08.

CRIADOR E CRIATURA

Kássio Nunes já pediu afastamento do TRF-1. Quer dizer está a um passo de ser perpetuamente ligado a Bolsonaro – seu criador que, por sua vez, nunca antes na história desse país esteve tão perto de virar refém vitalício da criatura que criou.