25 de ago. de 2020

 

PONTOS A PONDERAR...

Por: Sérgio A. O. Siqueira

RELEMBRANÇA:

LAVA-JATO RAÍZ, OU: A PLANÍCIE ESPERA A SALVAÇÃO DO PLANALTO

Já contei e vou contar de novo. Tudo começou em fins de 2009, quando a Polícia Federal iniciou uma greve salarial. Lulavagem da Silva foi eleito.

Em janeiro de 2003 mostrou serviço como profundo conhecedor das mumunhas sindicais e não deu bola para os grevistas. Os federais continuaram em greve. Como represália, começaram a fazer pipocar buscas e apreensões a quem interessar pudessem.

E então, a cada evento que ganhava manchete, surgia impoluta a figura do então ministro da Justiça de Lulavagem, Márcio Thomaz Bastos, como se fosse o mandante da respectiva operação. Lulavagem, tranquilo da Silva, pensou que assim tinha o domínio da situação.

Não deu bola para a greve dos federais que ganharam, nas arrancadas policiaklescas aos bandidos das zelites, o auxílio luxuoso do pandeiro dos juízes de primeira instância, dos promotores e procuradores de Justiça, enfim, da Magistratura, do Ministério Público e da banda boa do Judiciário...

Eram as raízes da Operação Lava-Jato que tinha tudo para ser um movimento nacional, mas acabou se concentrando na florescente República de Curitiba e foi se arrastando que nem cobra pelo chão.

Entrementes, sem noção do que estava acontecendo, Lulavagem da Silva, numa primeira visita solene ao Supremo Tribunal Federal que, então não era ainda a Magda Corte que hoje governa o país a torto e direito. Foi naquele momento solene que, todo exibido, Lulavagem se fez entender: “Precisamos abrir a caixa-preta do Judiciário! ”.

Com isso, a tribo do Supremo Tribufu, deitou olhos de peixe-morto e fez ouvidos moucos para as etapas da incansável e destemida Lava-Jato que se sucediam, redundando em um arrasador combate à corrupção e ao crime de gravata e colarinho branco, como nunca antes na história desse país.

Deu-se então que, com a eleição do Capitão, Sérgio Moro pensou que deixando a Magistratura e sendo ministro da Justiça de Bolsonaro seria mais útil à transformação da Operação Lava-Jato em Movimento Nacional de combate ao crime e à corrupção de casaca.

Deu-se mal quando todos os caminhos levavam, dentre tantas altas autoridades públicas, às diabruras dos Filhos do Capitão. Saiu-se mal também quando pediu o boné e despediu-se do sonho de instalar uma sede da Lava-Jato em cada uma das 5.570 Comarcas desse país.

Hoje, a pouco e pouco, o crime das zelites, tomou fôlego e, com o manto protetor da Casa mais alta da Esplanada dos Ministérios que relega o pacote anticrime ao rabo da pandorga; com a submissão da Procuradoria-Geral do Presidente e com as bênçãos da tribo suprema, há um simulacro de forças-tarefas que não se identificam como lavajatistas e agem em assaltos tipo assim blitzkrieg contra o crime organizado chinelão, a bandidagem de rua, numa típica manobra de guarda-da-esquina.

De qualquer maneira, ainda há, um forte abalo nas hostes republicanas dominantes, quando sentem que a verdadeira Lava-Jato ainda tem forças-tarefas ruminantes. É esse medo que se vê no olhar deles lá, que ainda nos dá coragem e nos anima por aqui, na planície, a acreditar que o Planalto ainda tem salvação.

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