PONTOS A PONDERAR...
Por: Sérgio A. O. Siqueira
EPA! OPA! PRESTATENÇÃO! O LEÃO DA RECEITA VAI VOLTAR A RUGIR
Epa! Opa! Prestatenção! A Fiscalização do TCU concluiu pela legalidade
da investigação deflagrada pela Receita Federal sobre as tais movimentações
financeiras daquela pandilha de 133 autoridades da República da Toga da Mironga
e seus parentes.
Na conclusão do intimorato relatório, os auditores atestam e dão fé de
que “não houve desvio de finalidade” no trabalho da esquipe especial de combate
a fraudes tributárias, conhecida como a pouco popular EPP Fraude.
Apesar de reconhecer as já manjadas “fragilidades de governança e
controles internos”, a análise do tribunal concluiu pela “improcedência” da
acusação de “uso indevido e indiscriminado” de “recursos humanos e materiais”.
Quer dizer, o que veio de cima, atingiu na época do ‘estouro da boiada no
curral supremo, indevida e maldosamente a equipe especial da Receita.
Agora ficou patente e muito claro que a Receita pode, sim senhor, fazer
esse tipo de investigação sobre “indícios de aumento de patrimônio ou
movimentação financeira incompatíveis”.
A equipe técnica do TCU, informa assim que “as conclusões são de que as
atividades não estão desatreladas do papel institucional da Receita Federal e
obedecem aos critérios de legalidade, legitimidade e eficiência”. Quer queiram,
quer não queiram, os vivarachos de sempre nessa República da Toga da Mironga.
Mas, vamos parar de patinar, patinar e não sair do mesmo lugar. Desatolemo-nos, pois:
Para que se entenda o que está acontecendo, voltemos ao já longínquo e
glorioso ano de 2018, quando a EPP Fraude foi criada justamente para analisar
eventuais, digamos, “inconsistências fiscais” cometidas pela banda notável do
que se chamaria de ‘autoridades politicamente expostas’. Nessa pandilha de
sevandijas distraídos, estão incluídos os dignos e profícuos servidores dos
três Poderes.
Naquela época, de um chumaço de 818 mil pessoas, os agentes do Leão
selecionaram, depois de muito passar no coador, um saco de gatos com após
vários filtros 133 autoridades, todas públicas e algumas até notórias.
E dentre umas e outras, quem estavam por lá, lépidas e faceiras?!? Dentre
elas, estavam as advogadas Roberta Rangel e Guiomar Feitosa – por acaso esposas
dos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes, respectivamente. E também, por uma
dessas armadilhas do destino, lá estava ninguém mais nem menos do que a
ministra Isabel Galloti, do Supremo Tribunal de Justiça, que – por pura coincidência
- é casada com o ministro Walton Alencar, do Tribunal de Contas da União.
Para acertar na mosca, o elenco de atiradores da EPP Fraude usou os
seguintes e simplíssimos parâmetros: 01) patrimônio superior a R$ 5 milhões;
02) aumento patrimonial maior que R$ 500 mil no ano anterior; 03) movimentação
em espécie superior a R$ 500 mil ou valor de rendimento isento acima de R$ 500
mil. Simples assim.
O mesmo critério usado com o próprio contribuinte titular, foi utilizado
para parentes de 1º e 2º graus, sócios e pessoas jurídicas com algum tipo de
relação – os chamados afins. Muitos deles, já se sabe, a fins de tudo e mais um
pouco. O pente-fino dos homens do Leão alcançou a bagatela de R$ 147
milhões.
O trabalho da EPP Fraude, tida e havida como a Lava-Jato da Receita,
passou a ser bombardeado logo depois de um incomodativo vazamento de dados
fiscais sigilosos de Gilmar e de sua mulher.
Após seguidas queixas e fustigantes esperneios de Gilmuar, o seu colega
e admirador, Xandão de Moraes usou o inquérito das fake news para
suspender a apuração fiscal e, de quebra – porque manda e não pede nessa joça -
ainda afastou dois auditores diretamente envolvidos no então já rumoroso caso.
Então, Prestatenção, mermão! Este relatório do TCU vai subsidiar, servir
de suporte, alimentar a investigação do Supremo. Mas não pensa, não, mermão que
o Leão vai ter vida natural sem correr o risco de ser domesticado pelos
domadores da Lei, da Ordem, do Direito e da Justiça.
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