PONTOS A PONDERAR...
Por:
Sérgio A. O. Siqueira
Porque
hoje é quinta-feira / Há um Brasil indecoroso
Porque
hoje é quinta-feira / Aos pés de um todo poderoso
AS
INSTITUIÇÕES NÃO PRESTAM POR CAUSA DOS SEUS PODEROSOS MARGINAIS DOS LIMITES DA
MAL ESCRITA LEI
O Brasil hoje padece de dois focos pusilânimes sediando a volúpia de
poder fazer o que bem entender: O STF e a PGR. Lástima que essa constatação
chegue até nós na forma de duas instituições públicas.
Na verdade, são aqui neste espaço, apenas dois focos dessa abusiva
agressão constitucionalizada por uma Carta Magna mal escrita, posto que dá
margem à sua interpretação por figuras mal moldadas e consentidas às mais indecorosas
influências superiores:
01) o STF é ruim, porque serve a um despreparado e comprometido Dias
Toffoli, ex-advogado do PT e servidor do irrecuperável Zé Dirceu;
02) a PGR não presta, porque tem à testa o ungido pelo pai dos Filhos do
Capitão, o porreta Augusto Aras, cuja investidura fora da tradição de escolha
por lista tríplice eleita pelos procuradores da República, tem por escopo demolir,
confessadamente, a Lava-Jato, logomarca do combate à corrupção e ao crime
organizado de gravata e colarinho branco.
Ei, pessoal! Nada de pessoal. Apenas os fatos que de fato se dão: ambos,
acima do manto protetor do foro especial, estão extrapolando o direito de poder
exercitar o poder da Lei e da Justiça. Monocráticos, um e outro, decidem o
destino dos outros. Fazem-se parecer semideuses da República da Toga da
Mironga.
Dois tristes exemplos de um e de outro:
01) Augusto Aras disse ontem e não mandou dizer que “É preciso corrigir
os rumos para que o lavajatismo não perdure”. Mais claro que isso, só o sol esplendoroso
do meio-dia no deserto do Saara;
02) Dias Toffoli nem disse, apenas suspendeu ontem as investigações do
Ministério Público e da Polícia Federal contra Zé Serra. É que Zé Serra, louco
de inocente, não quer ser investigado e Toffoli não quer que investiguem quem
ele próprio não manda investigar.
Desse triste episódio de poder desmedido, fica a lição de que Toffoli
acaba de consagrar Zé Serra como um cidadão acima de tudo, suspeito,
terrivelmente suspeito.
E fica também, na pasma e atônita sociedade brasileira, a sensação de
que o seu respeito às leis e à ordem e à organização social, longe de redundar
em Justiça, deixa um rastro de uso e abuso do poder.
Nesse caso, dois protagonistas: Toffoli e Aras. No entanto, no geral e
corriqueiro cotidiano de nossa democracia de gaveta há muitos exemplares da
mesma fauna na imensa flora de instituições como o STF, a PGR, os tribunais
superiores... Pense na Câmara, no Senado, no Palácio do Planalto, na Esplanada
dos Ministérios...
E fica mais; e fica, muito pior e principalmente o sentimento doloroso e
calado de impotência, resignação e subordinação diante do mau hábito que esses
Senhores da Lei têm de encontrar no grampo dos autos a burla da lei... Eles margeiam os textos legais; são marginais
dos limites estritos que os livram da contravenção, da transgressão para manter
a juridicidade, com ares de grande retidão.
Logo esses caras! Logo esses tais homens-da-lei, escolhidos a dedo, sem
concurso, sem qualquer outra prova seletiva, sem qualquer outra avaliação do
que senão o nível de comprometimento às conveniências do presidente de ocasião
que os fez sentirem-se tão poderosos e tão acima da justiça dos homens.
RODAPÉ NOS NOSSOS FUNDILHOS – A culpa é muito nossa. Essa democracia de
gaveteiros existe, porque nos contentamos com a falácia de que o voto é, mais
que a nossa arma, a própria democracia por inteiro. Ledo engano, a injustiça e
a opressão conseguem sobreviver porque nós consentimos e cooperamos com elas.
Os opressores e os poderosos existem por causa de nossas covardias e pequenas e
múltiplas cumplicidades. Somos todos submissos e subjugados a um indigno e
infame paternalismo jurídico.
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