9 de set. de 2020

PONTOS A PONDERAR...

Por: Sérgio A. O. Siqueira

JUSTIÇA SOB NOVA DIREÇÃO

A Procuradoria-Geral da República, sob a nova direção de Aras, o augusto mensageiro palaciano, insiste em querer vasculhar informações sigilosas das investigações da Lava-Jato de Curitiba. 

Mas, não quer só devassar a versão curitibana da Mano Pulite que tanto bem fez à Itália, até que os poderes constituídos a destroçaram: a PGR quer devassar tudo que tenha a ver com as forças-tarefas da Lava-Jato. A ideia é destruir a original e construir uma Lava-Jato Fake itinerante, daquelas de ir de bar em bar, de esquina em esquina, à cata do crime de rua.

Na verdade, a PGR não pode, como nunca pôde, fazer varreduras nas bases de dados à cata de supostas investigações de políticos e das tais autoridades com foro privilegiado.

Não cola a alegação de Aras, o augusto escudeiro do pai dos Filhos do Capitão,  para devassar a maior operação de todos os tempos contra a corrupção-caviar, de que o Ministério Público Federal no Paraná investigou ‘clandestinamente’ Davi Alcolúgubre e Botafogo Rogringo Mala.

Pô, todo mundo sabe que esse par de vasos foram citados naquela denúncia por lavagem de dinheiro apresentada contra Walter Faria como notáveis exemplos de Caixa 3, aquelas doações que a cervejaria Petrópolis fez para diversos políticos a pedido da Odebrecht.

 Bolas, esse Aras, augusto mandalete do Palácio que não quer ninguém nos calcanhares dos Filhos do Capitão, está farto de saber que, mesmo que houvesse uma investigação sobre políticos com foro privilegiado, a PGR teria que pedir a avocação desse inquérito para o STF, anulando medidas tomadas para coleta de provas.

O diabo é que essa suspeita fora da casinha jamais poderia servir sequer de pretexto para remexer e abocanhar toda a base de dados da operação, principalmente em outros estados — eis que a gulosa e ‘empoderada’ PGR também quer informações da Lava-Jato em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Aras é um tremendo cara-de-pau, pois está careca de saber que não cabe à PGR realizar varreduras periódicas nos bancos de dados do Ministério Público Federal, nem da força-tarefa, nem mesmo de qualquer outra unidade – com a desculpa esfarrapada a fim de conferir se a competência do Supremo da Toga da Mironga está ou não sendo violada pela atividade-fim de procuradores da República.

Verdade é que Aras, o augusto delegado do pai dos Filhos do Capitão, assumiu o posto de comandante-em-chefe do desmanche da Lava-Jato, com o apoio luxuoso dos pandeiros da canibalesca tribo da Suprema Toga Feroz e do par de fofuchos Alcolúgubre e Botafogo Mala. 

É a Justiça sob nova direção.

RODAPÉ - Tudo começou quando, de repente e não mais que de repente, a Lava-Jato se aproximou dos Filhos do Capitão e o pacote anticorrupção que elegeu o pai dos filhos, foi relegado a um segundo plano, deixado para trás como se a rampa do Planalto fosse uma esteira de rodoviária.


Nenhum comentário:

Postar um comentário