21 de out. de 2019

PONTOS A PONDERAR...


QUE IDEOLOGIA QUE NADA: JÁ CHEGUEI REBELDE

Faz já uns 40 ou 50 anos que me levanto achando que tenho que botar fé na crença nos direitos, na liberdade e na, digamos, individualidade de cada pessoa, de cada semelhante, similares ou genéricos.

E aí me dá uma coceira de sair defendendo políticas e comportamentos que protejam os chamados valores sociais. Pô, isso não é pouco. Mas, eu me acordo sempre disposto; às vezes bem-disposto; às vezes de mal com essa coisa toda a minha volta.

A vontade que me dá, a cada novo dia é de dar um jeito de fazer com o Estado tenha menos controle sobre esses mais de 210 milhões de residentes e domiciliados nesse país. Pós canto matinal saio do banheiro dando força para a livre concorrência e a mais ampla liberdade de escolha para que o tal de povo seja uma sociedade livre, feliz, progressista e... trabalhadora.

Nem boto o pé fora da porta e já começo a resmungar e a ter refluxos de rejeição, à beira das ânsias de regurgitar contra os fascistas, os nazistas, os comunistas, essa pandilha de sevandijas que aniquilam a iniciativa individual e a nossa liberdade.

Todo santo dia me acordo assim, um liberal clássico; um neoliberal sem medo de ser feliz.

Eis que corre o dia, todo santo dia corre e decorre e eu me dou conta de que neoliberal é a mãe! A mãe deles, pô! Gurizada medonha, eu quero mais é ser um libertário do jeito e feitio que o Brasil está pedindo que eu seja.

O BERRO

E então começo a me mexer, isso faz mais de um século que é assim: quero uma sociedade sem classes, uma sociedade de pessoas livres e iguais. Sou um incurável poeta, seresteiro e enamorado pela ciência e arte de viver.

Sempre depois de escovar os dentes, perambulo pelo nosso solar no Condomínio de mais boa paz de Brasília e já vou vituperando entre dentes contra o Estado policialesco. Mais que vituperar eu me prendo a querer com unhas e dentes que os partidos políticos apodreçam mais do que já estão putrefatos e terminais.

E fico querendo dar um jeito para que a sociedade, a Nação viva em plena e total liberdade. Sem liberalidade. Quero um povo livre e responsável. No vai da valsa do dia após dia, me ponho contra qualquer tipo de dominação: religiosa, econômica, política ou social.

Eu me esganiço todo, o tempo todo pela igualdade de raça, gênero, político, econômico e social. Não creio que o Estado deva ser extinto, ou implodido... Luto, no entanto, para que ele não seja dono, nem amo e nem senhor do povo.

É assim que se dá comigo, a cada novo dia. E não, não sou anarquista. Há 80 anos quando fiz xixi no mundo pela primeira vez, eu já cheguei rebelde e em busca de liberdade; eu já cheguei berrando liberdade e - credo! - esperneando como força de expressão.

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