PONTOS A PONDERAR...

Por: Sérgio A.O. Siqueira

01.

THE DREAM IS OVER

O sonho acabou: para alegria do Consórcio dos Coveiros da Notícia, a Ford anunciou nesta gloriosa segunda-feira que está encerrando a produção de veículos em suas fábricas aqui no Brasil. Restarão para contar a história, o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia; o Campo de Provas e a sua sede regional, em São Paulo.

E eis então que chega o momento do adeus a modelos tipo assim caminhões F-4000, F-350, a linha Cargo, além do Ford Fiest que vão se juntar aos memoráveis Corcel, Maverick, Del Rey, Belina, Escort XR-3, Ka e coisa & loisas. Quanto ao desemprego... Ah, besteirinha: coisa de mais de 35 mil trabalhadores serão atropelados por tabela na cadeia nacional de empregos.

02.

ENTREMENTES...

Agora para você comprar um carro da Ford vai ter que ir busca-lo na Argh!entina. A vantagem é só a satisfação do seu ego: vai ter um carro importado. A desvantagem é que todo mundo vai achar que ele é fabricado no Paraguai.

03.

É BICICLETA!

O Consórcio dos Coveiros da Notícia exulta, uma vez mais: “Banco do Brasil aprova reorganização que prevê fechar 112 agências e um plano de demissão voluntária que pode desligar até 5 mil funcionários”. Se isso não é uma mini desestatização, a avó desses ‘profetas do acontecido’ é bicicleta.

04.

ADEUS, CHEIRO DA TINTA

Mais pão na boca do Consórcio dos Coveiros da Notícia: “Saraiva fechou metade de suas livrarias entre janeiro e novembro do ano passado”. Esses jornalojistas da área da Cultura mal se dão conta de que quem nunca comeu, se lambuza. 

Isso que está acontecendo com os livros, já acontece com os jornais. Os livros somem das estantes e os jornalojões desaparecem das bancas. O cheiro da tinta é um romance que se perdeu nas páginas da Internet.

05.

O BRASIL ESTÁ QUEBRADO

Bolsonaro, com as orelhas ardendo, pela língua solta, insiste naquela impactante denúncia de que ‘o Brasil está quebrado’. Mas agora, Bolsonaro usa o atalho, explica e justifica: “O Brasil está quebrado... no setor público”.

Só pode, amigo. E não é de hoje. Essa quebradeira vem desde os áureos tempos de Lulaparelhamento do Estado. Não há uma instituição pública – que nem precisa ser notória – que não tenha pelo menos um ‘operador’ daquelas velhas tardes, belos dias de roubar e deixar roubar.

Bolsonaro quer fazer coisas boas, mas diz de mau jeito. Dessa vez, emendou a tempo. De fato, o Brasil está quebrado. E todo mundo sabe disso, até os desesperados desalojados das mamatas públicas.

RODAPÉ NOS FUNDILHOS – Então tá, o Brasil que está quebrado é o ‘Brasil público’. E por causa dele, o Brasil civil, militar, eclesiástico, industrial, comercial, agropastoril também vai se quebrar. E, se não acabarem com os custos estratosféricos da máquina pública, não vai demorar nada, nada.