1981, O ANO DO BRASIL SAUDÁVEL:
FOSSE VERDADE O BRASIL NÃO TERIA
CORONAVÍRUS
Já falei nisso
antes, mas vou contar de novo esse antigo flagrante da vida real que se deu
comigo em 1981, durante uma reunião de fim de mês, na SNEPS - Secretaria
Nacional Especial de Programas de Saúde, do dito cujo Ministério e da qual eu
era diretor-nacional de Comunicação.
Foi numa
tarde de sexta-feira. Estavam reunidos os diretores nacionais da Secretaria. Só
eu não era médico. Nenhum deles ocupava aqueles cargos por concurso. Nem eu.
Todos e
cada um deles, provaram por A+B e juraram de pés juntos que estavam erradicados
do Brasil, naquela data solene, a Hanseníase, a Malária, a Febre Amarela, a
Tuberculose, a Esquistossomose e nem sequer se guardava qualquer ideia de
Dengue, ou se falava em Chicungunha, Zika Vírus, similares e genéricos.
A reunião
terminou quando, um daqueles diretores, um médico amazonense olhou para o
relógio e, vendo que faltava menos de uma hora para o seu vôo habitual de
fins-de-semana para a Selva, deu por findos os trâmites, chamou o motorista do
Ministério, deu tchau e benção e se mandou.
Todos os
demais diretores seguiram seus passos, carregando seus tarecos na bagagem e levando
na consciência o peso enorme do proclamado dever cumprido.
Pronto,
reunião finda, inda que não fosse tarde. Redigi o press release fazendo da
SNEPS as palavras de honra deles, mandei o material para a imprensa e me mandei
– que ninguém é de ferro.
Horas depois,
já no sábado, fui ao Setor de Clubes do Lago Sul jogar bola no Gerovital, clube
de 40 mosqueteiros em que eu me misturei como uma espécie de D’Artagnan.
Fui como
sempre ia, com o meu compadre Serginho Maracanã, o Sérgio Oliveira, então setorista
de ‘Geral’ na sucursal brasiliense do Jornal O Globo. Ganhamos de 2 a zero. Um
gol meu e o outro, de pênalti, marcado por Flory Machado, filho de Tupanciretã,
médico formado na Faculdade de Medicina de Pelotas, meu fã incondicional no
futsal e depois centro-médio reserva por cinco anos a fio de Cléo Muratório de
Souza, no Grêmio Futebol Porto-Alegrense.
RODAPÉ – Não
tivessem aqueles secretários nacionais - viajores de finais de semana - mentido
descaradamente, o Brasil hoje, além de não ter leprosos nem tuberculosos; além
de não ter amarelado com calor febril nem capitulado diante de zumbis com
malária, teria erradicado para todo o sempre o gasguito Zika Vírus e os simpáticos
voadores dengosos...
Se o
Brasil estivesse esse tempo todo imune às picaduras de mosquito, hoje,
certamente estaria pulando e andando para esse tal de coronavírus, a dengue-chinesa
que vem apavorando o mundo.
SCRIPTUM
POST – Em 1981, o ministro da Saúde era Waldyr Mendes Arcoverde, unha e carne
com Jair Soares, então ministro da Previdência Social. Eu fui levado à
diretoria de Comunicação da SNEPS, empurrado por Remy Gorga então ligado ao
Sindicato dos Jornalistas de Brasília, já que o setor de Imprensa àquela altura
dos acontecimentos era ocupado de fio a pavio por... médicos. Como eu não
entendia nada de medicina e eles não sabiam nada de jornalismo, troquei os
alhos por bugalhos e fomos tocando o barco. Em 1984 deixei Brasília para
dirigir 4 emissoras de rádio, em Cachoeira do Sul. Todas elas da Família
Germano. Inclusive mais de metade da cidade. Mas isso já é outra história.
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