MÁFIA BRASILEIRA: O
INIMIGO PÚBLICO A SER DIZIMADO
Se
você não está lembrado dá licença de contar: era uma Máfia velha, cansada de
pagar propina aos políticos italianos.
Isso
foi lá pelo começo dos Anos-70. Os mafiosos concluíram que, muito melhor e muito
mais rentável era deixar de comprar e sustentar corruptos, tomando,
simplesmente tomando os seus lugares.
Os
padrinhos e afilhados da Cosa Nostra entraram para a política. Elegeram-se à
força de Caixa-2 e aparelharam as instituições públicas.
Dez
anos depois, faziam com a Itália o mesmo gato e sapato que a Câmara, o Senado,
o STF, as empreiteiras e seus ‘operadores’ fazem hoje com o Brasil que restou
dos governos de Lula, Dilmandioca e Temer. A máfia abria o peito e cantava em dó
maior: O Estado Sou Eu!
MÃOS
LIMPAS
Eis
que, dez anos depois surgia então, lá na Itália, o juiz Giovanni Falcone com
sua força-tarefa e a arrasadora Operação Mãos Limpas.
Em
maio de 1992, a Máfia com cara de Estado italiano, usou quinhentos quilos de
explosivos ocultos sob o asfalto e explodiu três carros blindados no quilômetro
4,7 da rodovia que liga o aeroporto à cidade siciliana de Palermo, na Itália.
Morreram cinco pessoas, dentre as quais, Giovanni Falcone.
Dois meses depois, ao entardecer do dia 19 de julho, um carro-bomba deu
fim à vida de seu colega Paolo Borsellino e de mais cinco pessoas na Via
D'Amelio, na mesmíssima Palermo.
As mortes de Falcone e Borsellino
marcaram o auge na estratégia de ataques empreendida pela Cosa Nostra, a máfia
siciliana do final dos Anos-80 e princípios dos Anos-90, tempo em que a
bandidagem assumiu o Parlamento, dominou o governo e enquadrou e enquadrilhou o
Judiciário e a Justiça.
VILANIA E CRUELDADE
Mas ali se deu um ‘trauma cultural’;
ali se deu uma ruptura na percepção social sobre a máfia. Ela perdeu a
simpatia. Só a simpatia, não perdeu a vilania nem a crueldade. A máfia
conseguiu – à força da Lei que dominava – desmantelar a Operação Mãos Limpas.
Houve, no entanto, no seio da população,
uma mudança radical. Pela primeira vez na história da Itália, a Máfia se
convertia num mal público em nível geral; tornou-se um inimigo que tinha e tem
que ser combatido. Bem como já começa a acontecer aqui na relação do povo
com o crime organizado de gravata e colarinho branco.
ENTREMENTES...
Entrementes... Por aqui, aqueles que não sabem até hoje quem mandou
matar Celso Daniel e não querem nem saber quem mandou Adélio Bispo esfaquear
Bolsonaro, são os mesmos que não querem hoje o Pacote Anticrime; são os mesmo
que inventam leis de ‘abuso de autoridade’, procrastinam à exaustão os
processos até leva-los à prescrição perpétua.
São eles, os mesmos que e não suportam sequer ouvir falar no nome de Sérgio
Moro ou da Força-Tarefa da Operação Lava-Jato com posta por juízes,
procuradores, investigadores da Polícia e da Receita Federal.
Esses cavernosos incrustados na Câmara, no Senado, no Supremo, os
executivos-executores das empresas propineiras vencedoras contumazes de licitações
fraudulentas e seus operadores, são hoje aqui no Brasil Jaburu da Silva o mesmo
‘trauma cultural’; o mesmo fenômeno do mal; o mesmo mal público em nível geral e de fio a pavio; eles são
a máfia brasileira - um inimigo que tem que ser combatido. E dizimado. De
cabo a rabo.
TODO CUIDADO É POUCO
O diabo é que ‘’eles’’ são
organizados e o povo brasileiro, tanto quanto o italiano, não tem um mínimo de
organização, embora o Brasil – diferentemente da Itália – tenha hoje um ídolo
de pés firmes e muito bem postados no chão: Sérgio Moro, o juiz da Lava-Jato
que virou ministro da Justiça e da Segurança. A grande mosca do alvo. Sérgio
Moro não é de barro. Nem de ferro. Nem seus parceiros de Lava-Jato e de combate
ao crime e à corrupção desenfreada.
Todo cuidado é pouco. Quem manda
matar Celso Daniel e não quer nem saber quem mandou Adélio esfaquear Bolsonaro,
age como a temível e organizada máfia brasileira.
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