PONTOS A PONDERAR...
Por: Sérgio A. O. Siqueira
NAÇÃO CONDENSADA
Cruz, credo, um país-continente com mais de 212 milhões de habitantes, condensado e encurralado num Parthenon de araque, com 11 semideuses olímpicos acomodados em cargos de confiança pela pior pandilha de presidentes que uma nação pode aguentar.
NÃO SE DISTRAIA! NOSSO CAMINHO É DE PEDRA
Os membros, nem todos viris e erectos, posto que há – como diria Lulanalfa - duas ‘membras’ da corte, todos eles e elas tidas e havidas como ministros e ministras do Olimpo dos Semideuses e semideidades, são ungidos e abençoados pelo presidente de plantão na República.
Esses cortesãos e a duas cortesãs, saem da cabeça, do corpo e da alma do mandachuva da vez, desde que tenham mais de 35 e menos de 65 anos, sejam dotados de notável saber jurídico e ostentem o que acham ser e fazem parecer uma reputação ilibada.
Como se não bastasse o vício de origem atrás da porta do gabinete do presidente plantonista, os escolhidos, recebem a melíflua, manhosa, comprometida e comprometedora aprovação da chamada ‘maioria absoluta’ do Senado Federal.
O trono é privativo de brasileiros natos e não tem mandato fixo: o limite máximo é a aposentadoria compulsória, quando o olímpico poderosos atinge os setenta e cinco anos de idade.
Eles ganham pouco, levando-se em consideração – se é que merecem consideração - que são eles que governam o país. Desde os primórdios de 2019, a sua merecida e meritória remuneração de R$ 39 200 é, por essas coisas bobas da vida brasileira, a mais alta do poder público*.
Essa grana preta dos cortesãos de capa idem é que serve de parâmetro para estabelecer e balizar a remuneração de altos funcionários públicos — cascata conhecida como ‘escalonamento de subsídios’, já que os demais barnabés e jecas-tatus têm sua remuneração atrelada a percentuais do subsídio dos magníficos da Magda Corte.
E o melhor de tudo, embora tudo, tudo mesmo não tenha sido dito: em caso de crimes comuns, as chamadas infrações penais comuns, os semideuses das togas são julgados, como reles cortesãos, pelos próprios colegas da Magnífica Corte.
E o pior de tudo, embora tudo seja pouco para o que de pior eles armaram contra o Brasil, é que compete ao nosso sábio e íntegro Senado Federal do Brasil processá-los e julgá-los em crimes de responsabilidade, quando o delito está correlacionado ao exercício da sua função.
E o melhor do pior de tudo, tudo mesmo é que até hoje não há, nenhum caso em que o Senado brasileiro tenha processado um semideus do Olimpo das Togas por crimes de responsabilidade.
RODAPÉ – (*) Poder Público, quer dizer o seu – deles lá - próprio poder amplo, geral e irrestrito.
SCRIPTUM POST – Estamos sem saída. O que temos é o caminho em que nos deparamos com os duros devaneios de Drummond de Andrade: “No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho. Tinha uma pedra”.
E nós mesmos aqui da planície escolhemos como
caminhar, fingindo que não caminhamos como nos mandam, como nos empurram, nos
condicionam, nos fazem acreditar que é melhor para nós, muito melhor do que
para a pompa e circunstância com que eles passam por cima de nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário