PONTOS A PONDERAR
1ª Edição –
17/08/21 – 3ª Feira
Por: Sérgio
A. O. Siqueira
Porque hoje é terça-feira / Cada vez mais, cada brasileiro, perde o seu quinhão. / Porque hoje é terça-feira / Por isso fui entrevistar o herói de Pelotas, o Garanhão!
PRISCAS ERAS...
Eu sou do tempo em que os homens ainda usavam ceroulas e cuecas samba-canlção e as mulheres usavam anágua como armação e resguardo à transparência dos vestidos.
QUARENTENA DÁ CADA IDÉIA...
Carmina Lucífera deu ontem 24 horas para a PGR se manifestar sobre ataques de Bolsonaro. O prazo expira daqui a pouco mais... E se a PGR fizer ouvidos moucos?!? E se, a resposta, não agradar à honorável senhora?!? E se... Ah, a quarentena dá cada idéia...
HISTÓRIAS DO BRASIL
ERA UMA VEZ... Um contador de histórias que atendia pelo codinome de Garanhão de Pelotas. E um dia, há exatos 5 anos, como seu ghostwriter resolvi entrevista-lo. E hoje, resolvi reeditar o nosso encontro que se deu em 17 de agosto de 2016. É de longa duração, mas, estamos de quarentena, né não?!? Tempo é o que de melhor nós temos para gastar.
O GARANHÃO DE PELOTAS E SEU GHOSTWRITER.
Perguntas e respostas de uma ‘coletiva’-exclusiva, de alma tão
isenta quanto a alma das pesquisas de opinião encomendadas pelos senhores dos
anéis que se apropriaram dessa Democracia de Gaveteiros, na qual mais de 210
milhões de brasileiros cabem em suas gavetas.
GHOSTWRITER - Garanhão de Pelotas, você é um cidadão do mundo
por que gosta mais do mundo do que gosta de Pelotas e do Brasil?
GARANHÃO - Tá me estranhando? Eu adoro o Brasil. Ele é pra mim
como se fosse Pelotas, a minha pátria pequena que deixei lá no Sul: sempre que
posso estou distante o suficiente para, de quando em vez, ir até lá matar a
saudade e logo sentir o desejo de dizer adeus.
GHOSTWRITER - Tá bom, vamos ao que interessa. Seguinte: o povo
decente está parecendo diante desses políticos, todos esses políticos, com
aquela cena antiga do cão que ladra atrás do ciclista e quando o ciclista para
a bicicleta e o encara, o cão também para e deixa de latir...
GARANHÃO - É quase isso mesmo. Só que não. É que a Lava Jato
fazendo o que vinha fazendo, parece que já fez tudo por nós. E aí, o brasileiro
acha que só votar direito já tá muito bom...
GHOSTWRITER - Epa!...
GARANHÃO - Epa, não, meu confrade. É que hoje existe um Brasil
virtual que se acha nas redes sociais, mas não se encontra de verdade. Eu e
você mesmo... Há quanto tempo a gente não toma um café com bolinhos de chuva? A
gente teria até mais que ideias para trocar. O brasileiro de alma muito
diferente da alma do Lularápio, esqueceram que a vida é a arte do encontro,
embora haja tanto desencontro pela vida...
GHOSTWRITER - Isso é Vinícius, mas qual é a versão que está nas
entrelinhas?
GARANHÃO - Pra gente dar um jeito nesse país que tem um Estado
bandido, gerenciado pelo crime organizado, os brasileiros têm que se organizar
também. Tipo assim, tomar pelo menos duas ou três providências, sem
truculências ou exageros. Por exemplo: estreitar os seus contatos; tirar os
fundilhos da cadeira.
GHOSTWRITER - Como assim?
GARANHÃO - Como assim? ... Comendo, ora bolas! Quanto mais você
se encontrar com pessoas, mais poderá apontar injustiças; poderá analisar o que
de bom vocês juntos podem fazer contra o que é ruim nos opositores; o que de
bem vocês e mais outros e outros mais, podem fazer de bem contra o mal.
GHOSTWRITER - Parece fácil.
GARANHÃO - Nem tudo é o que parece. Essa aproximação tem que ser
constante: visitas, cartas, mensagens, webmedia, cafezinhos fortuitos,
almocinhos executivos, abaixo-assinados, reuniões, manifestações, encontros,
aglomerações. Enfim, uma vida social ativa que, de passivos, esse mundo tá
cheio.
GHOSTWRITER - Tá, mas já avisaram os adversários que eles vão
perder?
GARANHÃO - Não, nem têm que avisar. Precisam é se encontrar.
Essa parada parece fácil, mas não é. Na maioria dos casos os adversários se
recusam a se encontrar conosco. Por várias razões: uma, porque somos
opositores; duas, porque eles podem ter raiva; três, por desprezo; quatro, por
medo: eles podem achar que queremos minar o seu poder. Afinal, eles nos encaram
como opressores e se colocam no papel de vítima.
GHOSTWRITER - Então?...
GARANHÃO - Então, a vítima cala e dá no pé, não quer se
encontrar com o cara que traz a verdade com ele. É aí que a gente precisa ter
uma plano organizado de confrontar essa politicalha que tomou conta do nosso
país e usar de muita prudência, para não darmos com os burros n’água, por que
se há uma coisa que políticos, governantes e autoridades fazem na vida é se
juntarem contra nós. Eles são organizados. São astutos e têm uma vela pra cada
santo; um lenço pra cada choro.
GHOSTWRITER - E assim, eles acabam ganhando?
GARANHÃO - Eles vêm ganhando. Ganhando muito. Ganhando demais e
o que não podem e não devem ganhar. É que eles se organizam de tudo que é
jeito: nos currais eleitorais, nos partidos que eles mesmos inventam, nas leis
que eles criam, nas diferenças sociais que estabelecem uma clara divisão de
classes nesse país: os políticos e as pessoas. Mas, podem perder...
GHOSTWRITER - Como assim? Como assim, não... Como é que se faz
para ganhar deles?
GARANHÃO - Criando um movimento sem truculência, bem organizado,
esperto, astuto, com uma ideia clara do que se pretende alcançar. Um movimento,
de vários movimentos; uma legião ou várias legiões de pessoas que não se deixem
encantar pelo canto das sereias; que não queiram o Estado como patrão; que não
se deixem envolver nem se vendam ou queiram comprar.
GHOSTWRITER - De novo, parece fácil...
GARANHÃO - Pô, você não tem outra coisa pra dizer? É o seguinte.
Esses grupos formados por nós, os indignados até agora virtuais, comecem por
recusar qualquer colaboração com o que seja, por menor que o seja, injusto e
desonesto. Temos que partir para a ideia de não sermos cúmplices dessa
pandilha, seja por ficarmos calados, seja pelo silêncio ou pela cooperação
ingênua.
GHOSTWRITER - O que vem a ser esse tipo de recusa de, digamos,
não-colaboração?
GARANHÃO - Tá caindo de maduro. É não receber nem oferecer
propina, nem gorjeta, nem cometer fraude fiscal, furar a fila, dar o troco
errado, discriminar raça, religião, sexo & rock’n roll. É também não
desdenhar dos tais, com o perdão da palavra, Centros de Defesa dos Direitos
Humanos. Temos que recusar certas leis, não porque não sejam boas, mas porque
elas vêm sendo usadas para os canalhocratas burlarem as leis.
GHOSTWRITER - E por que a gente não fez isso ainda?
GARANHÃO - Peraí, tchê! Não é só isso, tem mais um pouquinho. A
gente precisa se organizar – começando pelos vizinhos, pelos colegas de
trabalho, pelos companheiros de colégio ou faculdade – para poder partir para o
que se chama de desobediência civil.
GHOSTWRITER - Mas, isso não dá cadeia?
GARANHÃO - Ah, peraí maluco beleza! Desobediência civil já deu
cadeia pra alguém desses proprietários indébitos do nosso país? A desobediência
civil deve ser usada contra uma lei injusta. E quando é injusta, uma lei,
qualquer lei, deixa de ser lei. O segredo é desobedecer com disciplina, com
método, com organização. Isso, ninguém faz sozinho. O diabo é que nós somos uma
multidão dispersa.
GHOSTWRITER - Pelo que vejo você está me aplicando o velho
preceito de que a união faz a força...
GARANHÃO - Isso, isso, isso. Mas, há casos em que a União faz
açúcar! Açúcar União! A gente precisa praticar a desobediência civil, sem
violência, sem excessos, com ordem e sem indisciplina. Precisa agir nas
fronteiras que estabelecemos em conjunto – quando já tivermos formado um bom
grupo. A gente precisa ser um desobediente civil que nada esconde, sem fraude.
GHOSTWRITER - Moral da história?
GARANHÃO - A moral da história é que a gente precisa sair dos
encontros no Brasil virtual e nos encontrarmos de verdade com a família, com a
tradição, com a propriedade. Epa! O que eu quero dizer é que os políticos e o
crime são organizados; eles se juntam e usam suas diferenças para fazer com que
sejamos obedientes e submissos aos seus descalabros. Assim, separados, os
brasileiros de boa vontade ficam baratos e fáceis de serem comprados ou de se
venderem.
GHOSTWRITER - O que foi que você me disse nessa
coletiva-exclusiva, Garanhão?
GARANHÃO - Disse que se os brasileiros não forem covardes
egocêntricos e se juntarem usando as armas da sua inteligência, da razão, da
justiça e da verdade, o Estado deixará de ser bandido e o crime organizado
perderá o governo para o povo. Quando a gente descobrir que os grandes só nos
parecem grandes, porque estamos ajoelhados, então a gente vai fazer que todo o
poder emane do povo; que em seu nome o poder seja exercido e que, esse poder não
só com o povo seja repartido, mas ao povo esse poder seja devolvido.
01.
ALEXANDRISMO EM AÇÃO
Agora é a vez do Sérgio Reis. Barroso, com a melhor das suas boas intenções, encaminhou notícia-crime ao seu confrade A Lei Xandre contra o pacífico, mas indignado ex-deputado da velha guarda.
Seu crime, segundo o pomposo usuário de pesada toga é espalhar notícias fraudulentas e atacar a honorabilidade da Magda Corte.
Se é por isso, o Pai da CPI do Covil deveria mandar investigar nada menos do que os mais de 210 milhões de brasileiros.
02.
INDA QUE MAL PERGUNTE...
Que valor tem uma nota de governadores que não seja uma ‘nota preta’ das burras públicas?!? Ao defenderem os ministros do STF estão apenas rabulando em causa própria. De zero a dez, que nota você dá para a nota dos governadores puxando o saco dos barnabés da Supremacia das Togas?!?
03.
DEU COM A CARA NA PORTA
Como os militares que ainda estão na caserna bateram com a porta na cara dele, Lulavagem da Silva se irritou profundamente e, num palanque fechado lá no Nordeste – que ele que retomar de Bolsonaro – vituperou que “agora só vou conversar com as Forças Armadas depois de eleito”.
Então tá. Se for assim, a rouquidão da sua voz vai descambar para o silêncio até que ele volte a passear na praça, ou entre na fila da padaria da esquina para comprar pão com mortadela, sem ser ovacionado e devidamente atomatado.
Já se foi o tempo em que Lulavagem esvaziava os quartéis e aparelhava a máquina pública com dragões e dragonas. Há resquícios ainda, mas estão recolhidos a sua insignificância. Hoje, chamar alguém de ‘conselheiro’ de uma dessas instituições que ‘estão funcionando’ é o mesmo que cortar da mãe.
04.
A CHINELADA
Pronto, o Talibã tomou conta do Afeganistão. Que chinelada da chinelada nos russos e nos grandes irmãos do Norte et caterva geral.
O Talibã, oficial e abertamente tido e havido como organização terrorista pela Rússia, Estados Unidos, Canadá, Emirados Árabes Unidos e Cazaquistão, chutou de uma só vez os fundilhos distraídos de todos eles juntos e misturados e estabeleceu-se impávido e colosso como dono do que sempre teve como seu.
Já a China, nunca antes na sua história, foi tão fundamentalista.
05.
DUAS RAÇAS PERIGOSAS
Disse e repito: há na sociedade brasileira atual, dominada pelos leguleios de toga e de bermuda, duas raças mercenárias de perigoso ‘notório saber’ e de escassa e fugidia reputação ilibada: a Advocatura e o Jornalojismo.
Elas têm sido a garantia da transformação da nossa democracia de gaveteiros em aleixandrismo que, descaradamente, já descamba para a aleixandragem.
06.
O OURO DE TÓQUIO
Nesses Jogos Olímpicos de Tóquio, notei a ausência da atleta Kátia do Breu. Perdemos a chance de ganhar a medalha de ouro na modalidade ‘Lançamento de Vinho a Distância’.
07.
LULADINO, O POSTE
O mau humor do Lulavagem da Silva é que ele - até nem diz - já percebeu que agora, sempre que ensaia um discurso de autolouvação ou sobe num desses palanques a portas fechadas e livres de ovações e tomataços, está sendo cabo-eleitoral de mais um poste do PT: ele mesmo.
08.
ASSIM COMO...
Congresso de quarentena não quer dizer ditadura, assim como Congresso aberto não significa democracia.
09.
LIMPEZA
Qualquer instituição suja tem que ser varrida de um país que precisa urgente ser passado a limpo.
10.
PAREM!
Parem de nos esfregar a ‘sua’ democracia na nossa cara! Não são as instituições podres e apetelhadas que fazem um regime democrático. Eis aí o aleixandonismo que não nos deixa mentir.
11.
SERÁ QUE SERIA?!?
Olhando assim
de longe todo aquele maneirismo, toda aquela pompa e circunstância, você diria
que o cortesão adepto do novo regime instaurado pela Magda Corte seria um
aleixandrógino?!?
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