5 de mar. de 2020

PONTOS A PONDERAR...


01.
DESIGUALDADE SOCIAL
Um dos teus apelidos é “Cargo Público”. Mas podem te chamar de “Comissionado”, ou “Indicado” que você também atende. Se gritarem “Aspone”, você se faz de surdo.

02.
OS ‘’MÁQUINAS MORTÍFERAS’’ DA COISA PÚBLICA
SE EXTERMINAM NOS PRÓPRIOS CARGOS

Há mais apelidos para essa banda bandalha que toma de assalto a coisa pública e transforma o Estado num Aparelho de Cabides intermináveis... Chamem as vagas de estacionamento no serviço público ocupadas pelos aspones pelo codinome de ‘’Cargo de Natureza Especial’’ que vocês vão ver só como eles estufam o peito e nos olham de cima para baixo. Esse é um dos tais epítetos, das bocas-ricas dos Aspones.

Pô, afinal de contas, ‘’Cargo de Natureza Especial’’, o popular CNE - é cargo público que dispensa concurso, ou prova seletiva pública para se tornar realidade. Triste realidade. Triste, para nós, porque para eles é uma fausta e nababesca designação.

Até aqui, nessa nossa pátria amada Brasil estes cargos estão vinculados a entidades (*) públicas que têm o direito de contratar funcionários de sua (**) confiança, podendo os salários variarem de 1.200 reais a mais de 8.000 reais.

Para a Administração Pública Federal, o simpático e corriqueiro CNE tem remuneração de R$ 16.581,491. E até me deram um exemplo: o Presidente da Câmara dos Deputados do Congresso Nacional (***) tem o direito a contratar 46 pessoas na forma de CNE, e cada um dos 7 membros (Epa!) da mesa diretora da Câmara tem direito a 33 cargos, além de 11 cargos para cada um dos 4 suplentes da mesa, perfazendo uma gandaia total de 321 CNEs.

Se fosse só isso, quase que nem era nada. Mas não é. É quase tudo. Com os salários vêm as mordomias, os privilégios incalculáveis: os consagrados preferidos agem em nome do empregador; podem demitir, contratar, suspender empregados; têm autonomia para falar e tomar decisões em nome do Aparelho a que pertencem; têm plenos poderes de mando e desmando; jornada de trabalho flexível.

Eles têm planos de saúde, para eles e seus abrigados; viagens, diárias, hospedagem, carro próprio, motorista, seguranças para suas costas-largas e o diabo a quatro.

Tudo isso corre frouxo porque nada é do sujeito dessa oração dos falsos desvalidos notáveis dessa mais que irônica, sarcástica República.

Tudo é do cargo, só do cargo e nada mais do que do cargo. Quando esses ‘’máquinas mortíferas’’ do aparelho público levam um pontapé nos fundilhos o cargo fica e eles voltam à vala comum. Eles se acabam, se dizimam, se destroem, se exterminam na própria essência do cargo.

Sua importância é o cargo e os seus encargos – pantomima para aumentar custos e gastos de mensageiros de elite, de luxuosos moleques de recado, de cabos-eleitorais gaveteiros, de munificentes operadores de desvios de funções e de desperdício e engavetamento de muita grana.

Mas, ainda assim, muita mordomia, muito privilégio, muita regalia ficam para todo o sempre, amém. E lixe-se quem não tem.

Com base então nesse exemplo que vem de cima e nos atinge fica evidente, fica provada e comprovada a importância da gente aqui, da sociedade aqui debaixo, fiscalizar os critérios de nomeação, a justificativa dos gastos e o desempenho dos CNEs, já que o que vem acontecendo é que esses ungidos infelizes com banca de figurões são usados e abusados para atender a interesses restritos e pessoais de quem os nomeia e da legião privilegiada que abocanha os lucros e as vantagens, ao invés de suprirem qualquer demanda técnica e imprescindível da máquina administrativa; da coisa pública. (****)

RODAPÉ NOS FUNDILHOS DELES – (*) Entidades, uma privica! Entidade pode ser divina; instituições, pô. E olhe lá. – (**) – “Sua’’ deles lá, porque de ‘’nossa’’ confiança se tiver uns dez deles, será demais pro nosso bico, surubico que ninguém nos deu tamanho bico. – (***) – Pô, esse cara é uma fábrica?!? Então bota um macacão e vai trabalhar, vagabundo! – (****) Coisa pública – é pública! Não é ‘’deles’’. Não deveria ser.

03.
NEM VEM
Nem vem com essa empáfia e esse olhar de grande coisa, porque você sem o cargo público e notório que ganhou de mão-beijada, não passa de um reles fura-fila como nós que, sempre que podemos tiramos a nossa lasquinha.

04.
NEGATIVA NON SUNT PROBANDA

Quer uma prova provada de cargo público e notório agasalhado de mão-beijada?!? Apresento-lhe 11 fatos negativos agora mesmo: cada um dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Negativa non sunt probanda. Não é que não precisem de prova provada, é que cada um deles, de per si, são a um só tempo a denúncia e a prova insofismável da sua desigualdade perante a lei. Perante a lei e à sociedade submissa.

05.
OS ASPONES QUE FAÇAM GREVE

Se Bolsonaro quer mesmo acabar com as desigualdades, pode começar por extinguir 99% dos cargos comissionados, antigos ‘’cargos de confiança’’ – sempre atuais lugares de mordomias, privilégios, gastos e custos inigualáveis no mundo inteiro.

A casa de Bolsonaro vai cair?!? Vai, não. É só deixar de pagar os salários e as despesas dessa pandilha sem qualificação, sem concurso, sem nenhum processo seletivo do que senão o dedo indicador do chefe de plantão; sem saber, sem reputação ilibada, sem respeito pelo país e pelo seu povo.

Não paguem um tostão e mandem os aspones deflagrarem greve. É tudo que a gente mais precisa para saber que nada, nenhuma instituição de qualquer desses três Poderes aparelhados e emparedados vai deixar de ‘’estar funcionando’’.

06.
INDA QUE MAL PERGUNTE...
Um Aspone de alto escalão sem o cargo é o que e vale quanto?!?

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