26 de jan. de 2021

PONTOS A PONDERAR...

Por: Sérgio A. O. Siqueira

01.

ANJOS DA CAPA PRETA

Toda essa roubalheira e esse pandemônio nacional, agradeçam aos santos anjos da capa preta, zelosos guardadores que, com ares de Piedade Divina, a governadores e prefeitos confiaram a regência e a guarda da pandemia que faz da pátria, amada esse imenso purgatório chamado Brasil. Estamos pagando os nossos pecados. Amém.

02.

UM ATLAS POLÍTICO PARA ZOÓN POLITIKON

Bom, já que Ibope, Datafolha, similares e genéricos não valem mais nada em matéria de credibilidade e precisão, a pandilha do Consórcio dos Coveiros da Notícia, anda se agarrando com unhas e dentes, a uma ‘plataforma’ chamada Atlas Político que nasceu da alma pura, limpa e sem jaça, de dois PhDs de Harvard – instituição americana que prolifera títulos pelo mundo afora.

O novo referencial para os jornalojistas carentes de verbas publicitárias oficiais, diz que nasceu para ser um porto seguro de ‘inteligência de dados e engajamento político’. Quer dizer, foi parido para nos dar aulas de como devemos nos agrupar como animais sociais.

E porque seus mentores dizem que desenvolvem ‘tecnologias que criam transparência’ e por isso melhoram a ‘qualidade da representação’ e, mais ainda, fortalecem a democracia, aí então a gente tem que acreditar. Ah tá.

E porque é assim que eles dizem que são, eis então que – com fortes sinais de descerebrização – eles desencadeiam um processo de renovação e responsabilização da política aqui de casa, ao mesmo tempo e, em decorrência do que, travam sério e definitivo ‘combate à corrupção, ao clientelismo e a demagogia’.

E sabem, os senhores todos que até aqui me acompanharam nessas mal traçadas linhas, como é que o Atlas Político faz isso?!?

Bem do jeitinho que o Ibope, o Datafolha e o diabo-a-quatro começaram a fazer, quando descobriram que entrevista por telefone é uma barbada: como esse Atlas Político é fruto de dois PhDs de Harvard, evoluiu de tal forma que suas pesquisas, enquetes, levantamentos são feitos pela Internet.

Pronto, simples assim. Estamos agora todos livres, leves e soltos do Ibope, Datafolha, similares e genéricos manipuladores da opinião pública e do comportamento enjaulado de meros e mortais Zoón Politikon, reles animais sociais.

E nos tornamos crédulos seguidores confiantes e peripatéticos da nova plataforma queridinha dos jornalojistas com síndrome de abstinência propinêutica: é que a tal credibilidade o povo brasileiro encontra tanto nas ferramentas de comunicação mais complicadas, quanto nas mais simples. Ou na falta delas. O Brasil precisa acreditar.

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